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CARANGUEJA

Tereza Seiblitz (RJ)

Direção: Fernanda Silva e Tereza Seiblitz

Duração: 60 min

Estreia: 2023

Atualizada em 20/01/2024

Foto: Renato Mangolin

CARANGUEJA

Tereza Seiblitz (RJ)

Direção: Fernanda Silva e Tereza Seiblitz

Duração: 60 minutos

Estreia: 2023

Atualizada em 20/01/2024
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Foto: Renato Mangolin

Sinopse

Uma mulher, que não sabemos bem de onde nem de que tempo vem, é atravessada por múltiplas vozes que ouvimos como se estivéssemos dentro de sua cabeça. Entre elas, há desde uma voz de aeroporto até alguém que lê uma notícia de jornal ou um programa de rádio que ensina uma receita de moqueca. As vozes falam de diferentes formas através do corpo da mulher e vão desenhando pistas do que está acontecendo. Uma espécie de metamorfose vai se dando ao longo da ação, levando essa mulher a viver num limiar entre humano e crustáceo, entre mulher e carangueja.

Foto: Renato Mangolin

Através de um lugar, o manguezal, bioma formado pelo encontro da água do rio com a água do mar, conhecido como berço de diversas espécies de plantas e animais, CARANGUEJA fala da força criadora vital, do planeta Terra. Escrita por mulher atriz e co-dirigida por uma mulher trans, a peça joga luz sobre as diversas ‘mulheridades’ existentes no nosso mundo em movimento.

 

A peça evoca a figura de uma andarilha, uma espécie de guerreira de corpo forte, capaz de proezas para surpreender e vencer um inimigo. Nesta relação de vida e sobrevivência, CARANGUEJA passeia, de forma poética e bem-humorada, por noções de feminino, maternidade, gênero, antropocentrismo e desigualdade social.

Foto: Renato Mangolin
Foto: Renato Mangolin

A origem da peça

O texto de CARANGUEJA foi escrito por Tereza Seiblitz em 2015 sob a influência de leituras teóricas e literárias em sua graduação em Letras, na PUC-Rio. Numa oficina a atriz se perguntou: “Como seria Samuel Beckett escrevendo sob o sol do Equador e as marés do Piauí? Como seria a busca pelo fim da angústia de Sarah Kane se estivesse grávida e morasse nos trópicos? Como poderia levar uma plateia de teatro a experimentar o contato com um manguezal?”.

 

O dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989) e seus personagens de “lugar nenhum”, perdidos no tempo e no espaço, são fonte de inspiração para o nascimento desta andarilha, em
cruzamento com a nossa brasilidade. A ideia é transportar o público do aqui-e-agora urbano ao ambiente selvagem de um manguezal.

 

A experiência de Tereza Seiblitz com esse bioma aconteceu pela primeira vez em 1993 (durante as gravações da novela “Renascer”, da TV Globo), despertando na atriz e autora o desejo de compartilhar sua percepção de que o manguezal seria uma espécie de útero do mundo, um lugar onde a vida está em vertiginoso movimento de criação.

Foto: Renato Mangolin
Foto: Renato Mangolin

A montagem

CARANGUEJA propõe uma experiência sensorial de um manguezal e seus símbolos. Como levar a uma plateia de teatro a sensação de estar num manguezal? Essa pergunta de Tereza guiou todo o caminho da CARANGUEJA até aqui.

CARANGUEJA é um canto de amor ao manguezal. Um canto de acasalamento com esse bioma. A lama como lugar de vida, de proliferação de vida.
Pelas mãos dos múltiplos estados/vozes vividos pela atriz, tecidos, madeira, metais e outros materiais vão sendo continuamente ressignificados ao longo da apresentação.

Histórico da montagem

Desde a escrita do texto em 2015, Tereza vem realizando leituras e performances para experimentar o texto. Passou pela Mostra Bosque Cena Experimental da PUC-Rio em 2016 e pelo Festival de Solos em mostra processo no Teatro Serrador em 2017. Realizou uma performance a partir do caderno de pesquisas para a peça, como trabalho final para o curso de Eleonora Fabião em 2017, como aluna externa do mestrado em Literatura Cultura e Contemporaneidade.

Em 2017, Tereza conheceu Fernanda quando esta se apresentou com a performance Involuntários da Pátria, na UFRJ. Em novembro de 2021, Fernanda Silva propõe uma residência artística na Casa Líquida em São Paulo e as duas artistas começam um processo de montagem. Em março de 2022, Tereza e Fernanda se encontram para outra residência artística, agora no Piauí, realizando leituras dramatizadas nas cidades de Cajueiro da Praia, Parnaíba e Teresina. Em junho de 2022, a peça participa da Mostra Faroffa de processos em São Paulo, produzida pela Corpo Rastreado. Em novembro de 2022 apresenta o processo de montagem na Festival Midrash de Teatro no Rio de Janeiro.

Em julho de 2023, contemplada pelo Edital Sesc Pulsar, CARANGUEJA estreia sua primeira temporada no Sesc Copacabana no Rio de Janeiro. Nesse momento chega a direção de movimento de Denise Stutz, o visagismo de Maria Adelia e a luz de Adriana Ortiz; contribuições fundamentais para esta montagem.

Equipe

Texto, idealização e atuação: Tereza Seiblitz
Direção: Fernanda Silva e Tereza Seiblitz
Direção de movimento: Denise Stutz
Figurino: Fernanda Silva, Tereza Seiblitz e Maria Adélia
Visagismo: Maria Amélia
Iluminação: Adriana Ortiz

Programação Visual: André Senna
Fotografia: Renato Mangolin
Instagram: Manuela Seiblitz @caranguejaespetaculo
Produção: Corpo Rastreado
Realização: Sesc Rio
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany/ Alessandra Costa Assessoria

Foto: Aramis Freitas

Tereza Seiblitz

Idealizadora, autora, atriz e co-diretora

Tereza Seiblitz é atriz, nascida no Rio de Janeiro em 1964. Começou nos palcos pela dança. Trabalhou no teatro com textos de Shakespeare, Molière, Ibsen, Eurípedes, Garcia Lorca, Goethe, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina e Hilda Hilst, entre outros. Foi dirigida por Amir Haddad, Camilla Amado, Bernardo Jablonski, Orã Figueiredo e Cristina Flores. Entre seus principais trabalhos na TV Globo está a catadora de caranguejos Joana na novela Renascer dirigida por Luiz Fernando Carvalho, a ambiciosa Gabriela Ême da mini-série Hilda Furacão, dirigida por Wolf Maya e a protagonista cigana Dara da novela Explode Coração dirigida por Dennis Carvalho. No cinema trabalhou com Tizuca Yamasaki. Passou um mês no Mali e Burkina Faso com o griot Sotigui Kouyaté da Companhia de Peter Brook. Concluiu mestrado em Literatura, Cultura e Contemporaneidade na PUC-Rio em 2019. Gravou a série Justiça 2 escrita por Manuela Dias, dirigida por Gustavo Fernandez. Estreou a peça CARANGUEJA, seu primeiro monólogo como atriz e autora no Sesc Copacabana contemplada pelo edital Sesc-Pulsar em julho de 2023.

Foto: Mauricio Pokemon

Fernanda Silva

Co-diretora

Atriz, diretora, dramaturga e coreógrafa trans. Nasceu em Parnaíba, litoral do Piauí, em 1977. No seu quintal foi criado um circo, liderado por seus irmãos mais velhos. Entre palhaços, mágicos e malabaristas se deu a formação de Fernanda. Sua carreira inicia-se no Projeto Via-sacra, realizado pelo SESC Piauí, em 1992. Em 1994 funda o Grupo de Teatro Metáfora com a peça PARNAÍBA-TEMPO e, em 2005, inaugura o Espaço Cultural Metáfora, como sede da companhia. Recentemente, vem atuando também no cinema com Camelia, curta metragem em parceria com o músico e ator suíço Max Herrmann. Como intérprete, participa de Emaranhado, do Coletive Danças em Transições; Filme, de Marcelo Evelin e Danilo Carvalho; e Nó, longa-metragem dirigido por Lais Melo. Para a dança, cria o solo Trovoada, um corpo que deseja o céu, em 2021; e Antonia, uma luz que chora, em homenagem ao dançarino e coreógrafo japonês Kazuo Ohno (1906-2010). Integra o elenco de Uirapuru, criação do coreógrafo Marcelo Evelin. Involuntários da Pátria é sua peça criada em parceria com Sonia Sobral, em 2016. Apresentou-se em diversas cidades brasileiras e inaugurou sua carreira internacional. A pele trans que Fernanda habita é campo de luta e poder contra a violência aos dissidentes de gênero. Por isso, toda a sua produção artística desde de The Lady Macbeth, de 2015; Impossível Estuprar esta mulher cheia de vícios, da obra de Virginie Despentes, de 2017; e Uma dança para Penelope e seu cachorro, de 2017 e recriada em 2023, investem na busca por uma estética de resistência.

Clipping

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