

ZUMBI ESTÁ VIVO E CONTINUA LUTANDO
de Marcio Meirelles, Aninha Franco e Bando de Teatro Olodum (BA)
Direção: Márcio Meirelles
Estreia: abril de 1995
Atualizada em 9 de março de 2025
Sinopse
Zumbi está vivo e continua lutando é a terceira versão da peça teatral Zumbi, criada em 1995 por Marcio Meirelles, Aninha Franco e o Bando de Teatro Olodum. Uma segunda versão foi criada logo na sequência e apresentada em Londres, na Inglaterra. Ainda em 1995, com o retorno de Marcio Meirelles para o Brasil, foi realizada a terceira versão: Zumbi está vivo e continua lutando. O projeto faz parte das homenagens organizadas em torno dos 300 anos da morte do líder negro Zumbi, um dos principais organizadores do Quilombo de Palmares. A peça resgata o contexto histórico de Palmares e contribui para ampliar o processo de discussão sobre o negro na sociedade atual, ainda, em sua maioria, marginalizado e vivendo em situação de pobreza.
O espetáculo
Zumbi está vivo e continua lutando é uma peça teatral emblemática que resgata a memória e a luta de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência afro-brasileira. Criada em 1995, a obra propõe um diálogo entre passado e presente, revisitando a trajetória desse grande líder e ressaltando a persistência da luta contra a opressão racial.
A peça nasceu de uma colaboração criativa entre o diretor e dramaturgo Márcio Meirelles, a colaboradora Aninha Franco e o vibrante Bando de Teatro Olodum, reconhecido por seu forte engajamento com a cultura negra. Essa união de talentos resultou em um texto e em uma encenação que não apenas celebram a figura histórica de Zumbi, mas também promovem uma reflexão crítica sobre as questões contemporâneas de identidade e justiça social.
Apresentada em importantes espaços culturais, a produção teve sua estreia em Salvador, com encenações marcadas pela energia e autenticidade, passando por locais significativos como o Passeio Público e o Teatro Vila Velha. Em São Paulo, o espetáculo também ganhou destaque ao ser apresentado no Teatro do SESI, ampliando seu alcance e impacto. Além do cenário nacional, Zumbi, a peça-irmã que a precedeu ainda em 1995, alcançou reconhecimento internacional, sendo encenada em cidades como Edimburgo e Londres, o que ressalta a universalidade de sua mensagem.
Ao reviver a história de Zumbi dos Palmares, Zumbi está vivo e continua lutando convida o espectador a se conectar com as raízes da cultura afro-brasileira e a refletir sobre a importância da memória coletiva na construção de uma sociedade mais justa. A peça se transforma, assim, em um verdadeiro manifesto cultural, onde a arte e a resistência se encontram para inspirar novas gerações na busca por igualdade e valorização da identidade negra.

Palmares vive: lutas e sonhos coletivos
A grande batalha de Zumbi se dá no terreno da história brasileira. O espetáculo do Bando de Teatro Olodum formula modos inventivos de narrar o passado e o presente do país a partir de uma perspectiva crítica, contrária ao imaginário branco e hegemônico, disposta a demolir apagamentos e silenciamentos que, no plano historiográfico, tendem a erradicar as presenças e as insubordinações negras, isto é, forças dinâmicas fundamentalmente construtoras e transformadoras da nação. Ao evocar a épica saga do Quilombo dos Palmares como símbolo poético e político da luta pela liberdade, a montagem baiana lança uma forte crítica às desigualdades e opressões raciais há séculos vigorantes em nossa sociedade. A dramaturgia, de Márcio Meirelles e Aninha Franco, provoca-nos a encarar os impasses, os abismos e as violências que, a despeito de suas novas formas, matizes e significados contemporâneos, continuam secularmente a ceifar humanidades negras. O peso do “passado que não passa” e o legado brutal do escravismo são frontalmente debatidos em uma montagem que não apenas almeja um inadiável acerto de contas com as contradições da história, como também nos adverte do grande entrave civilizatório que nos constrange: sem uma sistemática revisão de nossa iníqua formação histórico-social não haverá futuro possível, amplo e justo para todos e todas.
O espetáculo, portanto, arquiteta finos e deslizantes paralelos históricos entre os séculos XVII e XX; os quilombos e as favelas; o mundo colonial e a sociedade brasileira urbana, industrial, sob a égide do capitalismo moderno. No entrecho, homens e mulheres desabrigados ocupam uma área a fim de edificarem suas habitações. Diversas ameaças, contudo, perseguem o grupo, impedindo-o de construir a sua favela, como a polícia e a política à serviço do capital. A luta pela moradia e a crítica à especulação imobiliária, neste Brasil assolado pela concentração de terra e pelo império do latifúndio, constituem discussões basilares da peça. Do mesmo modo, os contrassensos e as disputas internas entrecortam a trama, evidenciando projetos de resistência divergentes e reatualizando dilemas antiquíssimos vivenciados pela população negra. Seguir o exemplo de Ganga-Zumba ou de Zumbi? Ou seja, sentar-se à mesa para dialogar com os donos do poder ou adotar uma postura combativa totalmente inflexível e implacável?
Os saltos espaço-temporais, a estrutura por vezes episódica, o crítico manejo dos cantos e da coralidade, bem como o caráter narrativo de inumeráveis passagens conferem certo teor épico à obra. Aliás, Zumbi não oculta a sua realidade de jogo cênico, dispensando tanto personagens e atmosferas estritamente realista-naturalistas quanto conflitos meramente intersubjetivos e psicologizantes. A principal preocupação está no delineamento de um amplo painel histórico que dê a ver as grandes forças político-econômicas antagônicas, salientando como a colonização, a escravatura e a noção de raça, esta poderosa tecnologia de poder, são pilares cabais daquilo que chamamos de modernidade. Ao mesmo tempo, o espetáculo reflete sobre os problemas particulares da capital baiana. O jornalista e pesquisador Marcos Uzel conta-nos, em seu livro O teatro do Bando: negro baiano e popular, que: “Boa parte do discurso levado ao palco reproduziu, na íntegra, os depoimentos do povo residente em muitas áreas pobres da cidade”. Nesse sentido, este trabalho dá prosseguimento a um traço muito significativo da arte e da ética do grupo, isto é, o seu vívido diálogo com os dramas e as alegrias de Salvador.
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Em muitos momentos, Zumbi se aproxima do despojamento, da crueza e da mordente observação social presentes em A invasão (1962), notório texto de Dias Gomes (1922-1999), na qual a luta pela moradia atravessa a penosa trajetória de um grupo de favelados que resolve ocupar um prédio abandonado para ali viver e refundar seus sonhos. Também aqui avistamos os desencantamentos, os temores e os embates internos, além da força do capitalismo selvagem, detentor de armas policialescas, jurídicas e econômicas. Porém, no espetáculo do Bando, o debate racial é central. Ademais, em Zumbi a favela não é desenhada como espaço da pura dor ou do imobilismo lacrimejante. Antes pelo contrário, destes territórios brotam insurgências, ações coletivas e modos de pensar a realidade. A certa altura, uma das personagens brada furiosamente: “Nós não vamos sair daqui de jeito nenhum! Essa terra agora é nossa! Vamos ficar e lutar até o fim e vamos fazer disso aqui uma nova Palmares!”. A geografia, pois assim, escancara e abriga profundas tensões raciais, a marginalização arraigada e as hierarquizações sociais. Conforme nos ensina o consagrado intelectual Milton Santos, em A urbanização brasileira: “A pobreza não é apenas o fato do modelo socioeconômico vigente, mas também do modelo espacial”.
Em junho de 1995, dois meses após a estreia em Salvador, Márcio Meirelles dirigiu uma versão inglesa da peça, intitulada Zumbi: flame of resistance (Zumbi: a chama da resistência, em tradução livre), a convite de Lucy Leal, coordenadora do London International Festival of Theatre, e de Joan-Ann Maynard, diretora da Black Theatre Cooperative. Em Londres, o encenador baiano conduziu um elenco de 16 atores negros e negras advindos de países africanos ou descendentes de imigrantes caribenhos. Em novembro daquele mesmo ano, o Bando de Teatro Olodum realizou o projeto Zumbi está vivo e continua lutando, uma remontagem da peça, mas desta vez moldada pela estética do teatro de rua itinerante. A produção, apresentada no Passeio Público de Salvador, contou com o apoio da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Neste espetáculo, de vastas e audaciosas proporções, estiveram reunidos representantes de distintos blocos afro, as comunidades dos terreiros de candomblé, estudantes de escolas públicas e centenas de atores, músicos, cantores e dançarinos.
O ano de 1995 é também singularmente importante para a história brasileira, pois marcou os 300 anos da morte (e da imortalidade) de Zumbi, o grande líder dos Palmares, assassinado pelas tropas coloniais em 1695. No dia 20 de novembro de 95, diversas entidades e lideranças negras organizaram a histórica Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo, pela Cidadania e a Vida, reunindo mais de 300 mil pessoas em Brasília (entre sindicalistas, militantes, jornalistas, intelectuais, políticos etc) não apenas para relembrar a memória e a história do guerreiro libertador, mas para entregar ao Presidente da República, um robusto documento exigindo sistemáticas políticas para eliminar a desigualdade racial no país. As variadas montagens de Zumbi estão, direta e indiretamente, ligadas a estas valorosas movimentações que objetivaram intervir concretamente na realidade, de um lado denunciando os efeitos do racismo na vida social, política, cultural e educacional da nação, do outro defendendo o direito de contar e recontar a história do Brasil a partir da vida e da agência negras.
O Bando de Teatro Olodum é um dos mais vigorosos grupos teatrais em atividade no Brasil. Em mais de três décadas de existência, esta iniciativa já nos brindou com numerosas encenações, oficinas, cursos de formação, publicações, eventos e mostras, circulações nacionais e internacionais que, de um modo geral, complexificam e ampliam o campo das teatralidades e dramaturgias negras, inspirando uma série de outros coletivos e ajudando a formar artistas cênicos, alguns dos quais nacionalmente vultosos, como Valdineia Soriano e Lázaro Ramos. Ao longo de todos esses anos, o premiado Bando forjou uma caleidoscópica poética matizada por um alto grau de experimentalismo e uma aguda reflexão sociopolítica, investigando o cotidiano de Salvador, os repertórios culturais, ritualísticos e performáticos afro-brasileiros e africanos, as dramaturgias clássicas e modernas (William Shakespeare, Bertolt Brecht, Georg Büchner e Heiner Müller já passaram pelo grupo) a intermidialidade e a hibridez das formas teatrais contemporâneas, o teatro para as infâncias etc. Ainda que os espetáculos tragam à baila temas graves como a violência policial, o racismo religioso, o embranquecimento e o genocídio negro, o grupo jamais abriu mão do riso reflexivo, da comédia crítica e da penetrante ironia diante da vida. Estes modos de reinventar os sentidos da existência se fazem presentes na poesia solar e aguerrida do Bando de Teatro Olodum.
Guilherme Diniz é pesquisador e curador do projeto O teatro e a democracia brasileira.
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fichas técnicas
ZUMBI
(primeira versão)
Direção: Marcio Meirelles e Chica Carelli
Realização: Bando de Teatro Olodum
Texto: Márcio Meirelles, Aninha Franco e a colaboração do Bando de Teatro Olodum
Cenário e figurino: Marcio Meirelles e oficina de atores do Bando de Teatro Olodum
Coreografia: Zebrinha
Música: Cícero Antônio
Iluminação: Jorginho de Carvalho
Elenco: Arlete Dias (Arafat), Auristela Sá (Lalu), Cristóvão da Silva (Amaro / Soares), Edvana Carvalho (Zuca), Edinaldo Muniz (Ezede), Gerimias Mendes (Mateus / Gangazumba), Jorge Washington (Nicolau), Lázaro Machado (Mestre João), Lázaro Ramos (Patrão e, com a saída de Sérgio, acumulou as ações de Zumbi), Luciana Souza (Gil), Merry Batista (Deise), Nauro Neves (Zé), Rejane Maia (Dan), Sérgio Amorim (Chico / Zumbi, personagem desapareceu com a saída do ator, ações de Zumbi foram assimiladas por Patrão), Suzana Matta (Iara), Valdinéia Soriano ( Ângela) e Virgínia Rodrigues (Vardé)
Participações: André Luís (voz da polícia), Elton Lopes (percussão) e Oswaldo Mil (locução do rádio)
APRESENTAÇÕES:
Temporada de estreia:
23/04 a 18/06/95 – Teatro Vila Velha (SSA – BA)
Apresentações posteriores:
26/08 a 10/09/95 – Teatro Vila Velha (SSA – BA)
21/10 e 22/10/95 – Teatro Vila Velha (SSA – BA)
01/12 a 03/12/95 – Festival Internacional de Arte Negra / Teatro Francisco Nunes (Belo Horizonte – MG)
31/01 a 04/02/96 – Mostra de Artes Cênicas / Teatro do SESI (São Paulo – SP)
ZUMBI
(segunda versão)
Direção: Marcio Meirelles
Texto original: Marcio Meirelles, Aninha Franco e Bando de Teatro Olodum
Figurino: Marcio Meirelles e Megan Baker
Cenário: Marcio Meirelles
Texto em inglês: Shango Baku
Assistente de direção: Natan Barreto
Coreografia: Zebrinha
Assistente de coreografia: Michel Wallace
Música e direção musical: Cícero Antônio
Mestre de percussão: Bira Monteiro
Produção: Beverley Randall
Produção executiva: Bob Irwin
Direção de palco: Richard de Cordova
Direção de palco da companhia: Nadia Malik
Estágiária de direção de palco: Debbie Green
Assistente de direção de palco: David Compri
Administração: Patrícia Blackwood
Marketing: Gillian Christie
Realização: LIFT (London International Festival of Theatre). Black Theatre Co-operative e Theatre Royal Stratford East
Elenco: Angela Wynter (Josephine), Antonia Kemi Coker (Biola), Chris Tunnings (Tony), Corine Skinner Carter (Joan), David Carr (Glock), Fábio Santos (substituindo Chris Tunnings na turnê), Fredddie Anobil-Dodoo (Nana/Zumbi), Glenna Forster-Jones (Kizaya), Hilário Bisi-Pedro (Jackson), Lenny Algernon Edwards (Johnson), Lorna Brown (Puncie), Louisa Eyo (Mma), Neil Reidman (Sweetie), Sharon D. Clarke (Andrea), Wayne Buchannan (Alphonse) e Yomi A. Michaels (Olu/Gangazumba)
APRESENTAÇÕES:
Temporada de estreia:
29/06 a 22/07/95 – Theatre Royal Stratford East (Londres – RU)
Apresentações posteriores:
Julho a agosto/95 – Reino Unido
ZUMBI ESTÁ VIVO E CONTINUA LUTANDO
(terceira versão)
Direção: Marcio Meirelles
Realização: Bando de Teatro Olodum
Texto e roteiro: Marcio Meirelles, Aninha Franco e a colaboração do Bando de Teatro Olodum
Figurino: Marcio Meirelles e elenco
Direção de elenco: Chica Carelli
Coordenação geral e administração do projeto: Ângela Andrade
Direção coreográfica e coreografia: Zebrinha
Cenografia: Bel Borba
Bonecos: Teatro de Bonecos Mamulengo
Música: Cícero Antônio
Iluminação: Jorginho de Carvalho
Efeitos especiais: Fritz Gutman
Patrocínio: Fundação Cultural do Estado da Bahia e Ministério da Cultura
Elenco: Arlete Dias (Arafat), Auristela Sá, Cássia Valle, Cristóvão da Silva (Soares), Ednaldo Muniz, Edvana Carvalho, Jorge Washington, Lázaro Machado, Lázaro Ramos (Zumbi), Merry Batista, Nauro Neves, Nildes Vieira, Rejane Maia, Suzana Matta, Tânia Toko, Valdinéia Soriano ( ngela) e Virgínia Rodrigues
Ator convidado: Mário Gusmão (Gangazumba)
Participações: Dude Santiago; Ara Ketu (alunos da Escola Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco e da Escola Doutor Barros Barreto); Ilê Aiyê (alunos do Colégio Duque de Caxias); Coral do Gantois (regência do maestro Keiller Rêgo); Grupo de Dança do Malê Debalê; Banda de Percussão do Gantois (maestro Yuri Passos); Banda do Apaxes do Tororó; Banda do Ara Ketu; Banda Erê do Ilê Aiyê; Banda do Malê Debalê; Banda Juvenil Olodum
APRESENTAÇÕES:
15/11 a 25/11/95 – Passeio Público (SSA – BA)
Marcio Meirelles
Marcio Meirelles é um diretor de teatro brasileiro cuja obra se destaca pelo compromisso com a cultura afro-brasileira e a crítica social. Fundador do Bando de Teatro Olodum, grupo criado em Salvador, Bahia, em 1990, ele utiliza o palco para combater o racismo e ampliar narrativas marginalizadas, mesclando teatro, música, dança e percussão em montagens que dialogam com a ancestralidade e a resistência negra.
Entre suas produções mais relevantes, estão espetáculos como Zumbi está vivo e continua lutando, que reconta a trajetória do líder quilombola Zumbi dos Palmares, conectando a luta contra a escravidão às demandas contemporâneas por equidade racial. Em paralelo, obras como Cabaré da Rrrrraça (1998) desafiam estereótipos raciais ao satirizar a representação do corpo negro na mídia, enquanto Essa É Nossa Praia (2021) aborda conflitos urbanos em Salvador, como a gentrificação e a segregação espacial. Cada uma dessas montagens, embora com temáticas distintas, compartilha uma estética plural, incorporando elementos como o samba-reggae, a capoeira e a oralidade africana para reforçar identidades e questionar estruturas de poder.
Além de sua atuação como diretor, Meirelles dedica-se a projetos educativos, promovendo oficinas teatrais em comunidades periféricas e integrando jovens às artes cênicas. Seu trabalho com o Bando de Teatro Olodum rendeu reconhecimento nacional e internacional, incluindo prêmios como o Prêmio Braskem de Teatro, além de representar o Brasil em festivais culturais no exterior.
A trajetória de Marcio Meirelles consolida-o como um artista que entrelaça arte e ativismo, descolonizando as narrativas cênicas e abrindo espaço para vozes historicamente silenciadas. Seus espetáculos, sejam eles focados em figuras históricas, críticas à representação racial ou conflitos urbanos, reforçam o teatro como território de luta, memória e transformação social.
Esta é a página de um espetáculo selecionado no âmbito do projeto O teatro e a democracia brasileira. A atualização dos seus dados bem como as informações nela contidas são de responsabilidade da Foco in Cena, proponente deste projeto. Caso encontre um erro ou divergência de dados, favor entrar em contato através do e-mail contato@focoincena.com.br

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