POR QUE NÃO CANTANDO?
Dramaturgia e direção: Laura Castro
Realização: Queerioca
Estreia: 2025
Foto: Ana Alexandrino
Local: Queerioca
Endereço: Travessa do Comércio, n.16 (Arco do Teles), Centro, Rio de Janeiro
Datas: de 29 de março a 15 de junho (de quinta a domingo)
Horário: 18h30
Ingressos: R$ 40,00 I R$ 20,00 (meia-entrada)
Bilheteria eletrônica: Sympla
Duração: 60 minutos
Capacidade: 30 lugares
Classificação indicativa: 12 anos
E-mail para contato: queerioca@queerioca.com
Instagram: @queerioca
Site: www.queerioca.com
Sinopse
Por que não cantando explora as complexas dinâmicas de aceitação, amor e preconceito dentro de uma família LGBTQIA+. A peça acompanha a história de uma mãe lésbica que, apesar de ter enfrentado discriminação e rejeição ao se assumir, se vê reproduzindo com seu filho trans os mesmos julgamentos que sofreu no passado. No momento em que o garoto está em uma fase decisiva de sua transição de gênero, mãe e filho enfrentam um turbilhão de emoções, confrontando tabus, traumas familiares e preconceitos internalizados. Entre tensões, diálogos cortantes e momentos de profunda reflexão, Por que não cantando revela como o respeito verdadeiro pode ser tão desafiador quanto libertador, trazendo à tona questões universais sobre identidade, afeto e o que significa realmente apoiar a quem amamos.
A peça é uma continuidade do espetáculo Aos nossos filhos, de 2013, indicado a melhor dramaturgia pelo APCA, e adaptado para o cinema em 2022, protagonizado por Marieta Severo.
O espetáculo
Por que não cantando?, a primeira produção original da Queerioca, de Laura Castro, é protagonizada por Sarah Cintra e Felipe Maia – mãe e filho também na vida real.
A dramaturgia, de temática LGBT+, é a segunda parte de uma trilogia que se iniciou com Aos nossos filhos, de 2013, obra de temática LGBT+, estrelada pelas atrizes Maria de Medeiros e Laura Castro, com direção de João das Neves. Em cena, mãe e filha travam um embate geracional, que coloca em discussão famílias formadas por casais homossexuais, memórias da ditadura brasileira e quebra de paradigmas.
Pouco mais de 10 anos depois, Laura Castro desenvolveu a continuidade do espetáculo original e finalizou um terceiro ato com o desfecho da trilogia dramatúrgica Contra o Vento, que coloca novos e antigos dilemas familiares em foco, superando preconceitos a partir do amor de geração em geração. O espetáculo, estreado em 29 de março de 2025 na Queerioca, celebrou o Dia Internacional da Visibilidade Transgênero e marcou o início das produções teatrais originais do centro cultural de referência nas pautas LGBT+ no Rio de Janeiro.
A partir da perspectiva da doc-ficção, as experiências vividas na transição do ator Felipe Maia em sua relação com a mãe, Sarah Cintra, deram ainda mais peso para a construção da dramaturgia. Em uma semi-arena, a cena se alterna com o diálogo entre mãe e filho. Diante do embate, surgem os questionamentos: Precisa ser tão difícil se assumir? Ser aceito? Ser respeitado? Será que não haveria outra forma? Por que não cantando?
“Em um mundo que acaba de eleger Donald Trump como presidente dos EUA e vê os direitos da população LGBT ameaçados, ainda acredito no amor como resposta. O espetáculo apostou nas relações familiares como espaço para o diálogo e a superação dos preconceitos”, declarou Laura, que também já está adaptando o texto para o cinema, novamente em parceria com Maria de Medeiros, numa coprodução franco-brasileira.
Tânia (Sarah Cintra), a mãe, apesar de ter enfrentado discriminação e rejeição ao se assumir nos anos 2000, viu-se reproduzindo com seu filho trans, Davi (Felipe Maia), os mesmos julgamentos que sofreu no passado. Davi, em uma fase decisiva de sua transição de gênero, prestes a completar 16 anos, expôs para a mãe seu desejo de iniciar o tratamento com hormônios e trocar definitivamente seu nome nos documentos.
“A peça nasceu da força desses laços e de um encontro de vivências. Nasceu da urgência de que sejam ouvidas as vozes daqueles que precisam resistir antes de existir. É no íntimo que são vistas as faces mais duras do preconceito e da opressão, mas também os mais delicados atos de amor. A arte é temida por aqueles que não enxergam para além de seu conforto e nela veem uma ameaça, mas persevera por todos que nela encontram voz.”, comenta Felipe Maia, ator que interpreta Davi.
Em Por que não cantando?, Laura Castro ampliou o debate sobre as lutas que desafiam cada geração, trazendo um alerta contra a gritante transfobia que domina mundialmente a pauta de costumes. Basta olhar os projetos de lei em trâmite no Brasil e os discursos que se amplificam nos Estados Unidos, minando direitos civis e projetos de inclusão.
“A arte sempre assustou aqueles que querem impor formas únicas de existir. Justamente por isso precisamos falar sobre a importância de respeitar as diferenças, de reconhecer a dignidade de cada pessoa em sua singularidade e garantir que ninguém precise justificar ou lutar pelo direito de ser quem é. Em um mundo onde discursos autoritários ganham força, reafirmar esses valores não é apenas necessário – é um ato de resistência”, afirmou a atriz Sarah Cintra.
O preâmbulo Aos nossos filhos tem como centro narrativo a personagem Vera, que se viu diante de um abalo existencial ao saber que sua filha Tânia pretendia ter um filho por inseminação artificial com sua companheira, Vanessa. Mas a história familiar, na verdade, começa antes, durante os anos 1960. Vera havia participado da luta armada contra a ditadura militar brasileira, foi presa, exilada, casou três vezes e teve dois filhos.
Desta vez, o eixo se desloca. Aos 50 anos e entrando na menopausa, Tânia é mãe e teme o futuro de seu filho Davi, prestes a completar 16 anos. Davi transicionou durante a pandemia e a vida em casa foi turbulenta. Tânia errou o pronome ao se dirigir ao filho, sentiu medo, culpa e mergulhou na depressão. A cena se formou ao redor do palco, como um grupo de apoio. “O tempo é todo junto, sem separação”, diz Davi, assim como se apresentam as lutas pregressas e as vindouras, o pêndulo dos ventos da história e a urgência de cada indivíduo na busca por ser o que se é. É preciso estar atento e forte.
a trilha...
A trilha sonora intensificou o drama contemporâneo. Musicista e diretora musical do espetáculo, Angeliq Farnochia, de 23 anos, transicionou em 2021 e levou para a cena suas vivências, acrescentando novas camadas à montagem. A onipresente “Balada de Tim Bernardes” reforçou a urgência do debate.
e o corpo em travessia.
O cenário de Cristina Flores se utiliza de uma obra do renomado coletivo de artistas plásticos, Opavivará, o Remo Tupy. A canoa com rodas, que em cena é o quarto de Davi, remete à travessia da população trans, conforme conceito de Paul Preciado do corpo em travessia.
ficha técnica
Dramaturgia e Direção: Laura Castro
Elenco: Sarah Cintra e Felipe Maia
Direção Musical: Angeliq Farnocchia
Banda: Angeliq Farnocchia (teclados) e rcn zbr (baixo)
Cenografia: Cristina Flores com obra de Opavivará (Remo Tupy)
Figurinos: Sarah Cintra
Iluminação: Dani Sanchez
Assessoria de Imprensa: Rafael Millon e Felipe Maciel
Programação Visual: Vit.
Realização: Queerioca

o público fala
o livro
O texto da peça será publicado integralmente pela Editora Candido, um selo dedicado a obras teatrais LGBT+ contemporâneas. A editora é responsável pela livraria La Lorca, com foco em temática LGBT+, localizada na Queerioca. Este será o primeiro exemplar da coleção do espaço, que planeja publicar todas as dramaturgias inéditas que estrearem ali, estabelecendo um selo de obras teatrais LGBT+ contemporâneas.
Teatro da Queerioca

Laura Castro e Cristina Flores, gestoras do espaço, têm sua trajetória artística no teatro com indicações e premiações relevantes na cena como Prêmio Shell, APCA, APTR, Questão de Crítica e realizações constantes como atrizes, produtoras, dramaturgas e diretoras desde o final do século 20. A Queerioca pretende se firmar na cena teatral com produções inéditas produzidas pelo espaço, realizando cursos e publicações que fomentem a presença da cultura queer no teatro carioca.
O endereço do espaço é Travessa do Comércio, n.16 (Arco do Teles), Centro, Rio de Janeiro (RJ)
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