Zezé Motta celebra sua trajetória em “Vou Fazer de Mim um Mundo”, seu primeiro monólogo, um acontecimento histórico para as artes cênicas. Após temporadas de sucesso, incluindo ingressos esgotados em Brasília, o espetáculo chega a Belo Horizonte, convidando o público a uma experiência profunda e transformadora.

A peça é uma adaptação de “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, best-seller de Maya Angelou, ícone que se tornou a primeira mulher negra roteirista e diretora em Hollywood. A dramaturgia e direção de Elissandro de Aquino trazem à cena a história clássica de Maya sobre resiliência e a vivência da comunidade negra nos EUA durante a segregação.

Com quase seis décadas de uma carreira inspiradora, Zezé Motta, fundadora do Movimento Negro Unificado, transita por mais de 100 personagens na TV e cinema, gravou discos e pisou em palcos globais como o Carnegie Hall. Neste espetáculo, ela se aventura em um universo mais introspectivo e político, usando a palavra oral como um bálsamo contra os extremismos da contemporaneidade.

O cenário intimista de Claudio Partes e a iluminação de Aurélio de Simoni criam uma atmosfera envolvente. A trilha sonora, sob direção musical de Pedro Leal David e com músicos em cena (Mila Moura e Pedro Leal David), é uma confluência poética de blues com a riqueza da música brasileira, honrando Dorival Caymmi, Luiz Melodia, Milton Nascimento, e outros mestres. “Vou Fazer de Mim um Mundo” é uma celebração da vida, da ancestralidade e da luta por um futuro de mudanças, prometendo uma Zezé Motta lunar, dolorida e, finalmente, cheia de gratidão.

Uma celebração artística que honra uma das artistas mais aclamadas do país e que inspira gerações na luta por espaço e expressão.