Revista Íntima retrata como o encarceramento afeta não apenas as mulheres que cumprem pena, mas também as pessoas que estão fora dos muros da prisão. Dos sucessivos confrontos entre a mãe de uma mulher cumprindo pena de privação de liberdade e uma policial penal, nasce uma relação complexa, que revela as consequências do encarceramento para quem está do lado de fora dos muros.

A peça, baseada no texto homônimo do dramaturgo catarinense Afonso Nilson, apresenta o encontro dessas duas mulheres no ônibus que leva ao presídio nos dias de visita. Segundo a atriz Milena Moraes, o espetáculo é cheio de camadas: “Além da revista vexatória nos presídios – prática humilhante que afeta não só as detentas, mas também suas famílias –, a peça traz questões como a maternidade, serviços de cuidado compulsório imposto às mulheres e as relações raciais dentro do sistema prisional”.

O processo de criação contou com o contato direto com mulheres em privação de liberdade do Presídio Regional de Florianópolis. A atriz Drica Santos destaca: “A peça aborda questões e reflexões pertinentes e atuais com relação às mulheres envolvidas de alguma forma pelo sistema prisional”.

O diretor Vicente Concilio desenvolve ações artísticas e pedagógicas conectadas ao universo das prisões através de pesquisa e extensão como docente do curso de Licenciatura em Artes Cênicas da UDESC. Após a apresentação, haverá bate-papo com a equipe criativa e o pesquisador Pedro Vieira, que estuda teatro e prisão.