Inspirada em um caso real, Bodas de Sangue, escrita por Federico García Lorca nos anos 1930, conta a história de uma noiva que, no dia do casamento, decide fugir com o homem que verdadeiramente ama — disparando uma tragédia onde o desejo confronta a honra, e o amor custa a vida.

O Brado Coletivo de Teatro, formado a partir do encontro das Turmas 69, 71, 72, 73 e 74 da Escola de Arte Dramática da USP (EAD/ECA), retoma esta obra não para reproduzi-la, mas para atravessá-la com as perguntas de agora. Entre música ao vivo, teatro popular e uma linguagem poética inspirada no legado de Ilo Krugli e do Teatro Ventoforte, a montagem se constrói como rito e reinvenção coletiva.

Nos ecos de La Barraca e nos fragmentos da última peça inacabada de Lorca — interrompida por sua morte na Guerra Civil Espanhola —, essa encenação celebra a liberdade do teatro como gesto de resistência e existência. Um brinquedo trágico que pulsa entre o passado e o presente, entre o que ainda pode ser dito e o que ainda precisa ser ouvido.