Não me entrego, não! marca o retorno de Othon Bastos a São Paulo no Teatro Sérgio Cardoso, após lotar sua primeira temporada. Aos 92 anos de vida e mais de 70 anos de carreira, o ator considerado o maior brasileiro vivo apresenta seu primeiro monólogo, com texto escrito e direção de Flávio Marinho.

O espetáculo foi desenvolvido a partir de trocas entre os dois e de um calhamaço de escritos que Othon deixou sob a diligência de Flávio, seu amigo de décadas. O solo foi elaborado sob minuciosa pesquisa, levando em conta os principais acontecimentos da existência de Othon. Estreou em 14 de junho de 2024 no Rio de Janeiro, já percorreu 20 cidades pelo Brasil e contabiliza 180 apresentações para cerca de 70 mil espectadores.

A peça é o mural de uma vida dividido em blocos temáticos – trabalho, amor, teatro, cinema, política – cujas reflexões envolvem citações e referências de alguns dos autores mais importantes do mundo. É uma lição de vida e de resiliência, de como enfrentar os duros obstáculos que se apresentam em nossa existência e como superá-los.

“Começa nos meus 11, 12 anos e vem até hoje. Nada foi fácil para mim, muitos dos meus principais papéis eu entrei substituindo outro ator”, confidencia Othon. O ator tem a companhia de um “ponto” em cena, a atriz Marta Paret, trazendo observações às suas falas. “A ideia de ter a minha memória em cena foi minha, achei que seria interessante ter uma espécie de Alexa em cena”, diverte-se.