Um Julgamento, depois do Inimigo do Povo nasce da parceria entre a diretora Christiane Jatahy e o ator Wagner Moura, que pesquisaram diversos textos durante dois anos até chegarem à escolha de Um Inimigo do Povo, do norueguês Henrik Ibsen. A peça original narra a história do médico Thomas Stockmann, que descobre águas contaminadas em sua cidade e acaba condenado como inimigo do povo ao tentar alertar as autoridades.

Mais de um século após sua criação, a peça permanece urgente: Ibsen aborda temas como verdade, fake news, ciência, democracia, ecologia e cancelamento. A partir disso, Jatahy propôs criar um texto original que começasse alguns anos depois de onde a peça de Ibsen termina, onde Thomas Stockmann seria julgado nos dias atuais.

A nova peça evoca a lógica dos tribunais ao trazer o protagonista de Ibsen para o ano de 2025, em busca de reparação. Stockmann quer recuperar sua dignidade e, diante de um júri formado pelo público, submete-se a um novo veredito. Ambientada no Brasil, a história traz o protagonista como médico de uma Estação Balneária no interior do país, interpretado por Wagner Moura, que retorna aos palcos após 16 anos dedicado ao audiovisual.

Ao lado de sua filha Petra Stockmann, vivida por Julia Bernat, ele pede uma retratação pública. A acusação fica por conta do irmão Peter Stockmann, vivido por Danilo Grangheia, ex-prefeito da cidade. O que se inicia como um julgamento transforma-se em uma disputa familiar.

O desfecho muda a cada apresentação, de acordo com o veredito do público. Em cada cidade, atores locais atuarão como coordenadores do júri – no Rio de Janeiro serão Juliana França e Stella Rabello.