Trilhas da Cena

Agenda

1 PEÇA CANSADA

Após uma turnê teatral na França, a autora e produtora carioca Natasha Corbelino se viu diante de um dilema: de um lado sentia um enorme cansaço físico e mental, mas, por outro lado, não tinha nenhum projeto em vista. Em meio a essa angústia, nasceu o espetáculo performativo 1 peça cansada, realizada dentro da sala de sua própria casa. O projeto chamou atenção, foram mais de mil pessoas em seu apartamento durante as sessões. Agora, o trabalho faz a primeira temporada em São Paulo, entre os dias 7 de novembro e 7 de dezembro de 2025, no Sesc Avenida Paulista.

“Quando voltei da turnê, me dei conta de que precisava insistir em imaginar futuros com a cidade onde eu morava. Pra isso, só inventando meu próprio trabalho independente naquele momento sem horizontes. Assim, criei o único projeto honesto que eu poderia criar como artista e produtora, um espetáculo que traduziu aquilo que eu estava sentindo na época: um cansaço extremo”, conta Corbelino, que há mais de 30 anos dedica-se às artes da cena.

O trabalho é um convite ao encontro, para cansarmos nossos cansaços. Utilizando-se de uma honestidade radical, Natasha reflete sobre as relações entre fracasso e criação; rigor e liberdade; e franqueza e coragem. Ao longo da montagem, ela lista os seus inúmeros cansaços, incluindo questões com a profissão, com os relacionamentos interpessoais e com as redes sociais, e toca em muitos pontos de identificação entre a artista e o público.

Tudo acontece de uma maneira muito natural, o público, inclusive, é convidado a se acomodar confortavelmente. Existem até colchões para quem estiver mais cansado. Para Natasha, a parte mais importante de 1 peça cansada é a intimidade e a cumplicidade desenvolvida com os espectadores. Por isso, existe um esforço de eliminar as hierarquias convencionais do espaço cênico.

Outra presença marcante na montagem é o papel. A performer aparece envolta neles e, em cima de uma mesa, estão outros tantos que também estão cansados, como fotos, trabalhos de escola e até a Constituição, “a brasileira mais cansada”, como costuma dizer a atriz.

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Um Leão na Sala de Aula

Um Leão na Sala de Aula marca a estreia da Cia. Gatelupa, que surgiu a partir do encontro entre os atores e diretores Gustavo Muller e Evandro Soldatelli e do desejo de criar um espetáculo teatral para crianças e adolescentes. Entre as várias ideias, os artistas encontraram nas memórias de infância o material que buscavam para a construção da dramaturgia.

Em cena, os personagens abrem caixas revelando memórias, algumas vividas e outras inventadas. Entre elas, um leão em fuga, um inseto herói que usa óculos, a triste história de um carrinho de bombeiros e um avental bordado, um monstro que mora em um buraco na parede e fotos antigas. São muitas lembranças alegres, outras nem tanto. Desse relicário surgem brincadeiras de infância, relações de amizade, confronto com os medos, viagens pelo imaginário, situações de bullying e outras experiências.

No palco estão muitas caixas de papelão que, ao serem abertas, conduzem os espectadores para uma divertida viagem ao passado, repleto de histórias, segredos e sonhos. Um Leão na Sala de Aula é um espetáculo que celebra as belezas da infância, para seguirmos brincando com os novos olhares sobre o presente e criando memórias de futuro.

O espetáculo foi vencedor dos Prêmios Tibicuera de Teatro como Melhor Espetáculo Infantojuvenil e Melhor Cenografia (Porto Alegre/RS), em 2024.

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Como nos Livros

Cinco traças vivem confinadas em um abafado apartamento em Copacabana. Cada uma mora em um livro — O Cortiço, O Capital, o Código Penal e até um cartão postal antigo —, mas a harmonia se rompe quando uma delas quebra uma regra de convivência: devorar o miolo de um livro ainda em uso, justamente o do dono da casa. A partir daí, o caos se instaura: elas têm 24 horas para traçar um plano de salvação antes de serem exterminadas. Entre delírios, citações e planos improváveis, essas criaturas filosóficas tentam escapar do destino enquanto repetem, com ironia, os mesmos padrões humanos que criticam.

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Djavan – O Musical: Vidas pra contar

Nos dias 6 e 7 de dezembro, o Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, em Belo Horizonte, recebe Djavan – O Musical: Vidas pra contar, espetáculo que homenageia a trajetória e a obra do cantor e compositor alagoano. Idealizado por Gustavo Nunes, com direção artística de João Fonseca e texto de Patrícia Andrade e Rodrigo França, o projeto narra a caminhada de um dos artistas mais importantes da música brasileira.

Segundo Gustavo Nunes, “a vasta obra de Djavan, um dos maiores gênios da música brasileira de todos os tempos, merece ser contada nos palcos, não só por sua poesia e musicalidade, como também por servir de inspiração como sinônimo de perseverança e determinação. Nosso musical bebe dessa fonte pra trazer ao público um espetáculo pulsante, cheio de brasilidade e emoção.”

Com cerca de duas horas de duração, a montagem percorre a vida de Djavan desde a infância em Maceió até sua consolidação como compositor, cantor e músico de destaque. A direção musical é assinada por João Viana, filho do homenageado, e Fernando Nunes, músicos com vasta experiência no cenário musical brasileiro. O repertório inclui canções que marcaram a carreira do cantor, além de faixas menos conhecidas que ajudam a compor o retrato de sua obra.

Escolhido entre mais de 250 artistas, o ator Raphael Elias, de 30 anos, natural de Divinópolis (MG), foi selecionado para interpretar Djavan em diferentes fases da vida. A escolha de Raphael é carregada de significados: negro, vindo do interior de Minas, o ator trilhou um caminho artístico movido pela paixão e incentivado pela mãe, enfrentando desafios financeiros e estruturais para, enfim, ocupar seu primeiro papel de destaque em uma grande produção nacional.

A montagem combina música, teatro e dança para retratar episódios pessoais e profissionais de Djavan, abordando momentos decisivos e os caminhos trilhados pelo artista ao longo dos anos. Cenografia, figurinos, iluminação e coreografias são concebidos para evocar o universo estético de Djavan, cuja obra transita entre samba, jazz, pop e ritmos afrobrasileiros.

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Seu Zé – uma peça ritual de teatro

A Fundação Nacional de Artes – Funarte apresenta, nos dias 06 e 07 de dezembro, o espetáculo Seu Zé – uma peça ritual de teatro, no Teatro Dulcina, no Centro do Rio de Janeiro. A montagem, contemplada pelo Programa Funarte Aberta, tem ingressos a preços populares e propõe uma experiência cênica que une teatro, rito e devoção, inspirada na figura de Zé Pilintra, entidade marcante da cultura popular brasileira.

O espetáculo, interpretado pelos atores Gabriel Bittencourt, Gustavo Bacchini e Joathan Pires, mergulha no imaginário espiritual brasileiro, especialmente na Umbanda, reverenciando Zé Pilintra como símbolo de alegria, resistência e transformação. Por meio de uma encenação ritualística e sensorial, a peça conduz o público a uma jornada de fé, autodescoberta e partilha.

“Seu Zé é um espetáculo sobre a vida, a fé e a transformação espiritual. Convidamos o público a entrar descalço e compartilhar desse universo mágico, onde o palco se torna chão de encantamento e entrega. A apresentação em arena completa intensifica essa vivência ritualística, criando uma atmosfera que emociona e conecta”, afirmam Gabriel Bittencourt e Joathan Pires, da produtora cultural Axé Deles, idealizadora e realizadora do projeto.

Os artistas ressaltam a importância cultural e simbólica da entidade: “Zé Pilintra é uma figura essencial nos cultos afro-brasileiros, muito presente entre umbandistas. Nosso trabalho busca aproximar o público desse universo, desfazendo preconceitos, valorizando tradições e celebrando a força das religiões de matriz africana.”

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Teatro-Baile conta Missa do Vaqueiro – em processo

Seguindo a missão de fazer um teatro que retrata a cultura popular, estimulando a troca afetuosa entre público e plateia, o CTI – Teatro-Baile faz uma abertura do processo de criação de seu novo trabalho. Teatro-Baile conta Missa do Vaqueiro – em processo marca a reinauguração da tradicional sede do grupo, na Vila Ré, zona leste de São Paulo.

A companhia tem se debruçado sobre um evento tradicional do sertão nordestino que acontece desde 1970 em todo terceiro domingo de julho. Na década de 1950, o vaqueiro Raimundo Jacó, que era primo de Luiz Gonzaga, apareceu morto na cidade de Serrita (PE). Vinte anos depois, o Padre João Câncio decidiu homenagear essa figura e organizou uma missa. Ele convidou Gonzagão, que chamou outros amigos e artistas, como o poeta Pedro Bandeira e o compositor Janduhy Finizola, e a celebração foi ganhando outra dimensão.

Instaurou-se então a Missa do Vaqueiro, uma cerimônia cultural e religiosa cujo objetivo é enaltecer a vida sertaneja e o cotidiano do trabalho no campo. Há até um folhetinho e uma liturgia própria para a homenagem. Hoje, ela acontece em muitas cidades da região, não apenas em Serrita.

Este ano, o projeto de pesquisa do CTI foi contemplado pelo Fomento, o que propiciou a viagem à Serrita. Assim, a companhia reuniu seus 16 integrantes e está montando um espetáculo a partir do seu olhar sobre a celebração. O trabalho ainda está em construção, mas o grupo quer compartilhar sua pesquisa com o público.

Teatro-Baile conta Missa do Vaqueiro – em processo segue o jogo cênico habitual da companhia de borrar a fronteira entre palco e plateia. Os espectadores são convidados a dançar e a degustar alimentos e bebidas como paçoca, kariri com mel e pinga com mel e limão. A dramaturgia é coletiva e a equipe criativa está toda em cena.

Para essa grande festança, um elemento fundamental é a música. Além das canções do Rei do Baião, o coletivo apresenta composições próprias, inspiradas em ritmos nordestinos. Para isso, a montagem conta com sanfonas, zabumba, triângulo, baixo, baixo elétrico, pandeiro e outros instrumentos de percussão. Visualmente, o grupo também vai explorar as máscaras, com várias reproduzindo cabeças de boi em papelão.

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Diamba

Buscando reconstruir a história da cannabis no Brasil sem estereótipos, o ator Luis Navarro se juntou aos intérpretes Wesley Guimarães, Timm Arif e Danilo Moura e à diretora Renata Carvalho para montar o espetáculo Diamba.

Inspirado na história em quadrinhos documental “Diamba, Histórias do Proibicionismo no Brasil”, de Daniel Paiva, o trabalho fala de forma ética e responsável sobre esse tema. O foco dos artistas foi abordar diversos aspectos da diamba – sinônimo para maconha -, incluindo seus usos medicinais, recreativos e até ritualísticos.

“Durante a leitura, eu já conseguia construir várias cenas na minha cabeça. E, para mim, era importante fazer um espetáculo positivo, sem cenas de pessoas sendo presas e sem nenhum tipo de violência, mesmo que o livro mostrasse como a maconha também está ligada ao racismo estrutural”, conta Renata Carvalho.

A montagem tem início com a chegada da erva no território brasileiro com a população escravizada. “Descobrimos que essa é a planta do Exu, porque ela permite a comunicação entre os dois mundos. E esse talvez seja um dos motivos pelos quais ela é criminalizada”, comenta a diretora.

Outro assunto importante em Diamba é a existência de muitas notícias falsas sobre a cannabis. De acordo com Renata, foi um brasileiro o responsável por transformar a cannabis em algo tão nefasto quanto o ópio ou a cocaína – e isso está diretamente ligado à questão da religiosidade.

Para embalar essa história, a trilha sonora tem um papel fundamental. Danilo Moura fez a direção musical e Zeus assinou a produção musical. As canções são todas originais e algumas foram musicadas a partir dos escritos do quadrinho. “Nós passamos por sonoridades pretas, especialmente as ligadas às religiões de matriz africana, além de afrobeat, jazz, blues, samba, capoeira e conga. Em cena temos tambores, pandeiros e bateria elétrica”, afirma Navarro.

Diamba configura-se como um manifesto antirracista pela legalização da cannabis no Brasil e pelo respeito às liberdades individuais. A montagem reflete sobre os motivos que levaram à proibição de uma planta relevante na história da humanidade, com vários benefícios medicinais comprovados pela ciência.

Nesse processo de debater os preconceitos envolvendo a cannabis, o espetáculo firmou uma parceria com a VerdeVida Associação, uma entidade dedicada a auxiliar pessoas que estejam precisando do óleo medicinal. Quem assistir à peça terá a chance de tirar suas dúvidas com os pesquisadores da instituição.

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O Julgamento de Sócrates

Com texto de Régis de Oliveira, que estrou na dramaturgia com o sucesso “O Deus de Spinoza”, direção de Bruno Perillo e Luiz Amorim como protagonista, O Julgamento de Sócrates é um mergulho na essência humana e no drama que é um marco da filosofia ocidental.

“O espetáculo é muito mais que uma aula de história, é um espelho para nosso tempo: o que acontece quando o pensamento livre desafia o poder?” questiona Régis de Oliveira sobre a atualidade do tema.

Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) é reconhecido como o pai da filosofia. É dele a frase “Só sei que nada sei” afirmando a sua própria ignorância diante do verdadeiro conhecimento. Sócrates foi acusado de corromper a juventude e profanar deuses o que levou a sua condenação à morte. É a partir deste fato que a peça se desenrola.

Acusado por 3 cidadãos atenienses de corromper os jovens e de profanar os deuses da cidade, Sócrates

Condenado à morte, a tragédia aprofunda-se na prisão e na real possibilidade de fuga. Mas Sócrates recusa e enfrenta seu destino com ironia sagaz e lógica implacável.

Para ele, trair as leis de Atenas seria trair a própria alma, e a coerência entre pensamento e ação não se negocia.

Em seu último dia ele conduz seu último diálogo: uma meditação sublime sobre a imortalidade da alma, a coragem perante o desconhecido e a beleza de uma vida vivida sem mentiras. Com serenidade que desafia a própria morte, ergue a taça de cicuta e bebe.

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Escute as Feras

Escute as Feras ganha livre adaptação do livro homônimo da antropóloga francesa Nastassja Martin publicado na França em 2019 e no Brasil em 2021 pela Editora 34. O livro obteve grande repercussão mundial e recebeu o prêmio François Sommer de 2020 por sua contribuição à reflexão a respeito das relações entre homem e natureza.

O projeto, idealizado por Maria Manoella e Fernanda Diamant, estreou no Sesc Ipiranga, ficando em cartaz de 11 de novembro a 3 de dezembro de 2023 e em seguida fez curta temporada de 6 apresentações, de 29/2 a 3/3/2024, no Teatro Cacilda Becker. Agora, ganha temporada no Teatro Estúdio, de 19 de novembro a 11 de dezembro.

Nastassja Martin teve seu rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria no ano de 2015. A autora então parte do relato desse acontecimento para pensar questões sociais, políticas e existenciais.

Fruto de uma criação coletiva, a peça é ao mesmo tempo um espetáculo solo de Maria Manoella, e uma experiência artístico-sonora conduzida ao vivo pelo músico Lúcio Maia. O processo de adaptação do texto se concentrou nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres resultando em uma hibridação – ela passa a ser miêdka, meio a meio.

A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra de não ficção e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos. Para isso, conta também com a direção de arte de Daniela Thomas e a iluminação de Caetano Vilela, artistas hipnóticos. Fabio Namatame se soma a proposta estética com o figurino. Para expressar essa fisicalidade, foi essencial o trabalho de Vivien Buckup e também a colaboração dramatúrgica da escritora Ana Paula Pacheco.

“Se afirmo sou humano, digo sou diferente dos animais. Toda identidade perpassa por uma noção de diferença, em que ser como se é depende do não-ser outra coisa. A partir do momento em que Nástia sobrevive à troca de olhares com um urso; ao encontro dos corpos físicos de dois mamíferos tão diferentes quanto iguais, se corporifica um não-lugar no que restou de Nástia”, conclui Maria Manoella.

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Aniversário Guanabara

E se o último Aniversário Guanabara acontecesse em meio a uma realidade distópica, devastada pelo aquecimento global e marcada pela fome? Essa é a provocação central do espetáculo Aniversário Guanabara. Depois de passar por diferentes zonas da capital e da Baixada Fluminense, a peça chega ao Centro do Rio de Janeiro, trazendo reflexões sobre crise climática, justiça ambiental e desigualdades sociais.

Com linguagem acessível, Aniversário Guanabara traz humor, denúncia e poesia para falar de questões urgentes, partindo de um dos eventos mais emblemáticos do cotidiano carioca. O espetáculo é o primeiro texto autoral do Renca Coletivo de Teatro, formado por artistas da Baixada Fluminense, e já conquistou público e crítica. Recentemente, foi consagrado pelo júri popular como grande vencedor da Mostra Cenas Curtas da 18ª edição do Niterói em Cena, acumulando também indicações nas categorias Melhor Direção, Prêmio Especial e Júri Popular no Festival Os Ciclomáticos.

Ao imaginar um Rio de Janeiro devastado pelo aquecimento global e marcado pela fome, o espetáculo evidencia como as desigualdades atingem, de forma mais dura, as populações periféricas. “Falar de aquecimento global e suas consequências é contribuir para uma reflexão que é antes de tudo social”, comenta o diretor Reinaldo Dutra.

Na trama, diante da inevitabilidade de fechar as portas em meio à escassez de alimentos e uma crise sem precedentes, a rede de supermercados Guanabara opta por um último gesto: propor a realização do último Aniversário Guanabara. Tal evento, antes tão comum, agora, sob estas circunstâncias, revela as desigualdades que ainda permeiam o estado. “Espero que o público entenda o espetáculo como uma forma de entretenimento e conscientização. Que não saiam pessimistas, mas esperançosos. Há uma fala desta peça que resume isso: ‘Hoje é a nossa chance de fazer diferente'”, deseja Mateus Amorim, ator e um dos criadores do coletivo.

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