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Trilhas da Cena

A Jornada de um Herói

Realização: Companhia Atores da Fábrica

Um rapaz preto com cabelo cacheado está se apresentando no palco, vestindo um colete sobre uma camisa branca. Seus braços estão levantados, e ele olha para cima com expressão de alegria. Ao fundo, há um diagrama com ilustrações e texto em português em uma parede cor de terra. Foto: Josélia Frasão
Foto: Josélia Frasão
Uma rapaz preto, sorridente, com cabelo cacheado posa alegremente, vestindo um colete marrom sobre uma camisa branca. Ela estende um braço para cima contra um fundo de tom quente. Foto: Josélia Frasão
Foto: Josélia Frasão
Após ser demitido de uma fábrica de carvão ao questionar a diminuição do seu tempo de almoço, que passa de dez para cinco minutos, Jorge vai atrás do seu Fundo de Proteção e Garantia ao Trabalhador Desempregado, como única opção de sustento de sua família. Tal como os heróis de Homero, José enfrenta monstros e diversos outros perigos ressignificados nas dificuldades cotidianas de um homem negro, pobre, semianalfabeto e desempregado, marcando uma verdadeira epopéia urbana em que os percalços de um ônibus cheio, uma fila quilométrica e um gerente de banco esnobe, escancaram na resistência de José, o seu heroísmo.
“A Jornada de um Herói”, premiado espetáculo da Companhia Atores da Fábrica, encerra sua trajetória após cinco anos de sucesso, incluindo apresentações internacionais na China. Com mais de 2 mil espectadores, a peça aborda temas urgentes como racismo estrutural e desigualdade social, centrando a narrativa em José, um homem negro e periférico interpretado por Mateus Amorim, que também assina o texto. O espetáculo, que rompe com a tradicional “jornada do herói”, questiona quem são os verdadeiros heróis na sociedade contemporânea. Sua última temporada no Rio inclui apresentações gratuitas no Museu da Maré (8/4) e no CCJF (de 15 a 29/4), além de uma sessão na Escola Popular de Teatro (3/5). O diretor Alexandre O. Gomes destaca o feito histórico de levar um espetáculo periférico a espaços elitizados, enquanto Amorim ressalta o uso do humor para abordar temas complexos. A despedida incluirá uma circulação pela Baixada Fluminense, encerrando na Escola Fábrica dos Atores, em Nova Iguaçu, onde tudo começou. A peça, apoiada por leis de incentivo, deixa um legado de representatividade e resistência, reforçando a importância da arte periférica.
O espetáculo em questão foi idealizado pela companhia Escola Fábrica dos Atores, uma iniciativa de Nova Iguaçu que oferece aulas de teatro para a comunidade a preços populares, sobrevivendo a partir de doações e editais, sem nenhum patrocínio. Apesar das dificuldades e limitações enfrentadas diariamente, a companhia segue firme, dedicando-se a trazer novas perspectivas aos jovens da comunidade, além de já ter formado diversos artistas que hoje colhem os bons frutos da arte.

Serviço

Museu da Maré

Data: 08/04 (terça)

Horário: 19h30

Local: Av. Guilherme Maxwel, 26 – Maré, Rio de Janeiro – RJ

Ingresso: Entrada gratuita 

 

CCJF (Centro Cultural da Justiça Federal)

Data:  15,16, 22,23,29 e 30 (terças e quartas-feiras)

Horário: 19h

Local: Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

Ingresso: 40,00 (inteira) e 20,00 (meia)



Escola Popular de Teatro – Instituto Cultural Cerne

Data:  03/05 (sábado)

Horário: 14h

Local: Tv. Nogueira – Centro, São João de Meriti – RJ,

Ingresso: Gratuito

Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 12
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