Constitucional entra em cartaz propondo um diálogo com a sociedade sobre a democracia através de uma farsa documental. A peça imagina uma tentativa de golpe de Estado na República das Bananas, no dia 8 de dezembro, onde a população acredita que o atual presidente foi possuído pelo opositor em uma fraude eleitoral.

Na trama, cinco atores em cena vivem uma situação onde, na invasão do Palácio, o público pode votar no futuro de uma nova Constituição. O espetáculo se propõe a humanizar personagens que encontram sua própria destruição como consequência dos seus desejos sobre seus atos. Ao compartilhar suas visões políticas sobre o momento atual, os personagens instigam o público com perguntas e respostas.

Para a atriz Thaís Ayomide, ouvir as minorias é um dos pontos mais importantes neste cenário: “Essa peça fala muito sobre coletividade e sobre a construção de uma constituição que de fato ouça as vozes que existem na sociedade”.

O diretor Jeff Fagundes, ator, dramaturgo, produtor teatral e presidente do Centro Brasil do International Theatre Institute/UNESCO, explica: “Constitucional nasce da urgência de devolver ao teatro o lugar do conflito, do embate de ideias. Brincamos com a farsa, com a caricatura e com a participação do público, porque essa também é a nossa realidade política: uma democracia em disputa onde os personagens mudam de rosto, mas os golpes seguem tentando se reescrever. Aqui, o público vota, mas também é convocado a pensar: o que a gente quer escrever na nossa nova constituição?”

O espetáculo levanta questões atuais que compõem a construção do que vivemos, utilizando o teatro como espaço de reflexão política e participação democrática.