Deixe a Esquerda Livre é onde o asfalto pulsa arte e a dança nasce do concreto, através dos depoimentos vivos das periferias. Com leveza e profundidade, a obra narra histórias de quem vive às margens, trazendo à tona uma comunidade viva — feita de brincadeira e espiritualidade, política e proteção, memória e movimento.

Como uma feira de rua em fluxo constante, o espetáculo convida o público a perceber a liberdade como um direito de ser, de existir e de ocupar. O trabalho do Coletivo Calcâneos convida o público a olhar a cidade de outro jeito e entender a rua como um espaço possível de troca, criação e pertencimento. Um território onde a esquerda está livre não só como direção, mas como lugar de existência plena e de identidade.

Com uma linguagem sensível e baseada em vivências reais, Deixe a Esquerda Livre nasce do concreto da cidade e transforma o cotidiano das periferias em movimento. A cena é construída com gestos que expressam resistência, solidariedade e espiritualidade, conduzindo o público, de forma poética, a transitar pelas histórias de quem vive às margens da cidade.

A dança, nesse contexto, não se limita ao corpo, ela traça também caminhos, dá voz a silêncios e sustenta existências. Fruto da trajetória de 13 anos do Coletivo Calcâneos, o espetáculo nasce da escuta atenta aos territórios onde vivem seus artistas — especialmente na Zona Leste de São Paulo. Entre vielas, escadarias, prédios e a linha do trem, a arquitetura da periferia atravessa os corpos e molda os gestos, revelando formas de existir, resistir e se mover no mundo.

Um dia tente deixar a esquerda livre, e verá que nela dança a alma de um povo que nunca deixou de sonhar, e que apenas é o futuro. Estamos bem, mas não estamos em paz!