A instalação cênica “Dom Quixote”, uma criação coletiva de formandos com direção de Glauco Deris e cenografia de Eduarda Brandão, reimagina o clássico de Cervantes. Mais que uma peça, é uma travessia sensorial e imersiva que integra teatro, artes visuais, performance, vídeo-arte e mediação guiada. O público é convidado a ocupar o espaço cênico, tornando-se parte viva da obra, percorrendo estações que estimulam todos os sentidos — cenas, aromas, objetos e sons.

Inspirada no trânsito entre ficção e realidade, e na dualidade entre sonho e rotina, literatura e cidade, a montagem propõe uma reflexão sobre o deslocamento urbano e a loucura como experiência humana. A interação com o público é central, borrando a linha entre atuantes e observadores. A acessibilidade é um pilar da obra, enriquecida pela participação do ator Leandro Dias.

Um diferencial é a inédita combinação de “Dom Quixote” com o romance “Auto de Fé” de Elias Canetti, aprofundando a ideia de representar o que não é. O espetáculo ainda se desdobra em um filme, criando camadas adicionais pela intersecção do cinema com o teatro, provocando a noção de realidade. “Dom Quixote” convida a estranhar o cotidiano e embarcar no delírio. Prepare-se para uma experiência que redefine o teatro.