Maria e a Descoberta Luminosa encerra a trilogia As Três Marias da premiada Companhia Delas. Voltada para crianças e adultos, a montagem convida o público a mergulhar na vida e nas descobertas da cientista Marie Curie (1867–1934), pioneira no estudo da radioatividade, primeira mulher a receber o Prêmio Nobel e a única pessoa a conquistá-lo em duas áreas distintas, Física e Química.

Nascida na Polônia sob ocupação russa, Marie desafiou as restrições impostas às mulheres e construiu, na França, uma trajetória marcada por resistência e curiosidade, tornando-se a primeira mulher a lecionar na Sorbonne, a prestigiada Universidade de Paris.

Em linguagem poética e acessível, a montagem traduz conceitos de física e química em imagens cênicas. “A ciência às vezes parece mágica — e a mágica, por sua vez, está cheia de ciência”, comenta Fernanda Castello Branco, uma das criadoras. Essa relação entre encantamento e conhecimento orienta a encenação, que transforma o palco em um laboratório vivo.

A cenografia e iluminação de Marisa Bentivegna utilizam caixas de chumbo que se transformam em espaços e memórias da cientista. Mira Haar assina figurinos que equilibram sobriedade e ludicidade, enquanto a trilha de Arthur Decloedt mescla sonoridades polonesas e francesas para evocar as origens de Marie.

As atrizes Fernanda Castello Branco, Júlia Ianina e Paula Weinfeld se revezam em cena como Marie Curie e outras personagens, criando uma dramaturgia coletiva junto com a diretora Rhena de Faria.

Fundada em 2001, a Companhia Delas é reconhecida por unir arte e ciência em criações premiadas, como Mary e os Monstros Marinhos e Maria e os Insetos. Com Maria e a Descoberta Luminosa, o grupo reafirma o compromisso em apresentar histórias de mulheres que mudaram o mundo.