O céu da língua
De Gregório Duvivier (RJ)
direção: Luciana Paes
Quem tem medo de poesia? Gregório Duvivier não faz parte deste grupo e, como um apaixonado, faz de tudo para persuadir os outros das qualidades do seu objeto de encanto – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo “O Céu da Língua”, uma comédia poética, o artista usa o seu discurso sedutor pra convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido. Após estrear em Portugal com grande sucesso em novembro, o espetáculo chega ao Brasil para uma temporada no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, de 6 a 24 de fevereiro de 2025. “Uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra”, disse a crítica Suzana Verde, no jornal O Observador. “É comédia da boa, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco”.
No aniversário de 500 anos de Luis de Camões, foi a peça de um brasileiro que roubou a cena em Portugal. Gregorio Duvivier, que não estreava uma peça nova há cinco anos, fez essa peça pra homenagear sua língua-mãe. Encontrou, ao fazer a peça, uma legião de pessoas que compartilham dessa paixão. “Gregorio Duvivier é um artista completo, no sentido mais renascentista do termo”, disse Miguel Esteves Cardoso, o maior cronista de Portugal, no jornal O Público. “A poesia é uma fonte de humor involuntário, motivo de chacota”, reconhece o ator, que cursou a faculdade de Letras na PUC do Rio de Janeiro e publicou três livros sobre o gênero literário. “Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, pra isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”.
Gregório, desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa. Assim o protagonista brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados. As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo de afta, íngua, seborreia, ou outras, inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “disruptivo” ou “briefings”? Até destas Gregório extrai humor. Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. É só pensar nas metáforas usadas no cotidiano – “batata da perna”, “céu da boca”, “pisando em ovos”. Nesta hora, usamos a poesia e nem percebemos. Para provar que a poesia é popular, Gregório chama atenção para os grandes letristas da música brasileira, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso,
Serviço
6 à 23 de fevereiro | quintas e sextas, às 19h e sábados e domingos, às 18h
Local: Teatro Carlos Gomes
Endereço: Prç. Tiradentes, s/n° - Centro
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Duração: 70 minutos
Tipo de evento: pago
preço: R$ 80 | R$ 40 (meia)
ingressos antecipados aqui ou na bilheteria do teatro.
Classificação indicativa: 12
Ficha Técnica
Texto e interpretação: Gregório Duvivier
Direção: Luciana Paes
Direção musical e execução da trilha: Pedro Aune
Criação visual e projeções: Theodora Duvivier
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Figurino: Elisa Faulhaber e Brunella Provvidente
Costureira: Riso Monteiro
Fotos: Demian Jacob
Designer Gráfico: Laercio Lopo
Visagismo: Vanessa Andrea
Administração: Andréia Porto
Produção Executiva: Lucas Lentini
Produção: Pad Rok Produções Culturais
Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha
As informações aqui prestadas são de responsabilidade de Pedro Neves
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