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Trilhas da Cena

Ocupação Agrupação Teatral Amacaca

Realização: Agrupação Teatral Amacaca

Foto: Diego Bresani
Foto: Diego Bresani
Definida como uma orquestra de atores regida pelo maestro Hugo Rodas (in memorian), a Ata – Agrupação Teatral Amacaca concentra-se na experimentação em dramaturgias do corpo e desenvolve seu trabalho no limiar do teatro-dança, linguagem que marca o diretor. Com uma trajetória de 16 anos, o coletivo brasiliense faz, pela primeira vez, uma ocupação no Rio de Janeiro, com três espetáculos de seu repertório. De 30 de maio a 29 de junho, o grupo estará no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro com os espetáculos adultos “2+2=5” e “Se eu fosse eu – Clarices” e o infantil “Os Saltimbancos”.
Formado pelos atores Abaetê Queiroz, Camila Guerra, Diana Porangas, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari, Pedro Tupã, Victor Abrão, Márcia Duarte e Rosanna Viegas, o grupo apresenta obras com imagens poéticas, intenso trabalho corporal, coreografias, musicalidade e manifestos. “Os espetáculos são bem diversos. Somos um grupo que trabalha com o legado de Hugo Rodas, muito focado na fisicalidade, porém, com sua morte, estamos começando a experimentar outros formatos. O “2+2+5” não é tão físico, mas ainda se configura na orquestra de atores com muita música ao vivo, como “Os Saltimbancos”. Já no “Se Eu Fosse Eu” são as mulheres se aventurando na criação, não tem a música ao vivo, mas tem um pouco mais de fisicalidade. O que une todos os três é a veia política”, explica a atriz Camila Guerra.
SOBRE OS ESPETÁCULOS

2+2=5

Num futuro distópico, a Oceânia – território que engloba a região onde antes existia o Brasil – é dominada por uma poderosa corporação miliciorreligiosa. A apologia ao ódio, a hipervigilância e o controle por inteligências artificiais, temas abordados por George Orwell em 1984, ressurgem com inquietante atualidade em 2+2=5. A ATA – Agrupação Teatral Amacaca une-se ao diretor carioca Felipe Vidal para revisitar esse clássico do século XX – que alerta sobre os perigos do totalitarismo – e propor uma reflexão urgente sobre os rumos da sociedade contemporânea. O espetáculo, vencedor do Prêmio Sesc Mais Cultura/DF 2024 nas categorias Destaque e Melhor Ator (Mateus Ferrari), reinventa a narrativa orwelliana com uma linguagem cênica potente, questionando até que ponto a distopia ainda é ficção.

Os Saltimbancos

“Os Saltimbancos” narra as aventuras de quatro bichos que, explorados por seus donos, resolvem fugir para a cidade e tentar a sorte como músicos. Mais de 40 anos se passaram quando Hugo Rodas e sua trupe criaram a antológica versão brasiliense de “Os Saltimbancos”, adaptada para o português por Chico Buarque, da versão para teatro de Sérgio Bardotti e Luiz Enriquez Bakalov, do conto “Os Músicos de Bremen” dos Irmãos Grimm. Vencedora do Prêmio Nacional do Teatro na categoria Melhor Espetáculo Infantil em 1977, o espetáculo foi um marco na carreira de Hugo Rodas em Brasília e de todos os envolvidos no Grupo Pitú. A peça reestreou em 2019, na celebração dos 80 anos do diretor (1939-2022). Mais de 20 mil espectadores já assistiram à remontagem. A encenação original, marcada pelo vigor do elenco, pela abordagem inteligente e pela força do coletivo, ecoava os sonhos de uma geração sob a ditadura. Hoje, com a mesma energia, a nova produção reafirma a mensagem atemporal da obra: a união, a fraternidade e a luta por um mundo mais justo, representados pela jornada do jumento, do cachorro, da galinha e da gata que formam uma banda musical. Misturando teatro, dança, circo e música, o espetáculo mantém sua urgência e relevância, provando que, mesmo após tantos anos, a arte continua um poderoso instrumento de transformação e resistência.

Se eu fosse eu – Clarices

Três atrizes se encontram com Clarice. Três atrizes se dirigem às Clarices que ressonam em si. Entre ovos, ratos, galinhas e maçãs percorrem os subterrâneos da psiquê feminina. Não sem estranhamento. O espetáculo reúne três contos de Clarice Lispector para refletir questões que tangem o feminino, como maternidade, sexualidade e espiritualidade. Brincando com os tabus, com os contrastes, típico de Clarice Lispector, a peça trata de questões profundas de forma dinâmica e com muita ironia. Espetáculo indicado a Direção e Atriz Destaque (Rosanna Viegas) pelo Prêmio Sesc Mais Cultura 2024.

Serviço

2+2=5

Temporada: 30 de maio a 29 de junho de 2025

CCBB – Teatro 2

Dias e horários: Sextas e sábados às 19h, e domingo, às 18h

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura

Duração: 1h50

Classificação indicativa: 14 anos

Os Saltimbancos

Temporada: 31 de maio a 29 de junho de 2025

CCBB – Teatro 2

Dias e horários: Sábados e domingos, às 15h

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura

Duração: 50 minutos

Classificação indicativa: livre

Se eu fosse eu – Clarices

Temporada: 4 a 26 de junho de 2025

CCBB – Teatro 2

Dias e horários: quartas e quintas, às 19h.

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), à venda na bilheteria ou pelo site: bb.com.br/cultura

Duração: 1h

Classificação indicativa: 18 anos

Local: CCBB RJ
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
As informações aqui prestadas são de responsabilidade de Rachel Almeida
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