Trilhas da Cena

QUEM MATOU SPALDING GRAY?

Texto: Daniel MacIvor

Tradução: Daniele Avila Small

Atuação e idealização: Liliane Rovaris (RJ)

Início do processo: 2024

Atualizada em 23/06/2025

Foto: Guto Muniz

PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES DO PROCESSO:

MOVIMENTOS DE SOLO – 2025

Datas: 09 e 16 de julho
Quando: quartas-feiras, às 19h30   
Classificação: 14 anos 
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) – disponíveis na bilheteria física do teatro ou, antecipadamente, aqui.

Local: Espaço Cultural Sérgio Porto
Endereço: Rua Visconde de Silva, ao lado do n° 292 – Humaitá – Rio de janeiro (RJ)

Sinopse

No fim de semana de 10 de janeiro de 2004, Spalding Gray, ator e dramaturgo estadunidense conhecido por seus solos autobiográficos, deu fim à sua vida ao pular da balsa de Staten Island em Nova York. Nesse mesmo fim de semana, Daniel MacIvor, ator e dramaturgo canadense, estava na Califórnia, se consultando com um cirurgião espiritual que salvou a sua vida, removendo uma entidade que tinha se ligado a ele. Conectando estas duas histórias reais paralelas, a peça conta uma terceira história, ficcional, que entrelaça as obsessões de Spalding Gray com as invenções de Daniel MacIvor: a história de um homem chamado Howard, que não se lembra mais como viver.

O processo

Atualmente em fase de captação de recursos, mas já em processo de criação, a montagem brasileira da peça Quem matou Spalding Gray?, de Daniel MacIvor, é um espetáculo solo com Liliane Rovaris, que terá direção de Daniele Avila Small e Camila Márdila.

 

A tradução é de Daniele Avila Small, tradutora de outras peças de Daniel MacIvor que fizeram muito sucesso no Brasil: In On It e A primeira vista, ambas com direção de Enrique Diaz. Liliane Rovaris também tem história em cena com textos do autor: ela fez A ponte, com direção de Adriano Gruimarães, e As pequenas coisas, com direção de Inez Viana.

O contínuo desenvolvimento de solos autobiográficos a que temos assistido não é uma prerrogativa de uma ou outra cidade, nem do nosso país: é uma tendência no teatro mundial, há vários anos. Essa modalidade das artes da cena já está bastante consolidada, mas não foi sempre assim. Era uma estranha e excitante novidade quando Spalding Gray, em 1979, começou a realizar seus primeiros monólogos em que contava histórias da sua vida. Começando em espaços alternativos com plateias pequenas, Gray passou a se apresentar a milhares de pessoas em grandes teatros e se espalhou definitivamente pelo cinema, com filmes feitos a partir das suas peças por cineastas como Jonathan Demme e Steven Soderbergh. Ele foi a ponta de lança dessa linguagem, além de ter feito história como fundador de um dos grupos mais inventivos de Nova York, o celebrado Wooster Group.  

 

Daniel MacIvor homenageia Spalding Gray com um relato verídico da sua própria vida, entrelaçada de maneira inusitada com a morte de Gray. Mas esse relato é narrado com tanta engenhosidade, criatividade e beleza, que a peça pode ser encenada como se fosse ficção. Esse é o jogo de linguagem que a nossa montagem se propõe a fazer: uma atriz brasileira faz uma peça que é um solo autobiográfico de um dramaturgo canadense que homenageia um ator dos Estados Unidos que inaugurou, no seu contexto cultural, essa forma de fazer teatro que por motivos diversos tem movido artistas no mundo todo a se arriscar nessa proposta.

 

A pesquisa de linguagem de Liliane Rovaris com espetáculos solo se consolida com Crime e castigo 11:45, com direção de Camila Márdila, que estreou no Mezanino do Sesc Copacabana em 2022 e segue em circulação até hoje. A montagem de Quem matou Spalding Gray? é um projeto de continuidade e aprofundamento da investigação realizada naquela ocasião, até mesmo porque Gray é uma referência decisiva para a atriz, que se inspirou no ator estadunidense para a criação de Crime e castigo 11:45.

 

A peça também faz referência ao filme Peixe grande e outras histórias, de Tim Burton, convocando imagens oníricas e inspiradoras, como em uma grande homenagem à arte de contar histórias.

 

As artistas realizaram uma leitura encenada da peça no final de 2024, em um ciclo de leituras realizado pela Casa G20, na Casa de Cultura Laura Alvim. Em julho de 2025, realizam mais duas leituras, como apresentação do processo de criação, no Espaço Cultural Sergio Porto, no contexto da mostra Movimentos de Solo.

Histórico

9 e 16 de julho de 2025 | Movimentos de Solo - Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto - Rio de Janeiro (RJ)
Quem matou Spalding Gray
SMALL PRODUÇÃO ARTÍSTICA DIREÇÃO QMSG OUT24

Galeria de fotos

Fotos da leitura realizada em 07 de outubro de 2024 no evento Noite Canadense, promovido pela Casa G20.

Vídeos (leitura)

Leitura na íntegra

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A equipe

Foto: Ana Alexandrino

Liliane Rovaris

Mestra em Artes Cênicas pela UNIRIO-RJ, atualmente cursando doutorado, formada pela CAL/RJ e pelo CPT/SP. Integrante do AREAS Coletivo ao  lado de Camila Márdila,  Miwa Yanagizawa e Maria Silvia Campos.

 

Recentemente atuou em As pequenas coisas de Daniel MacIvor com direção de Inez Viana. Escreveu e atuou no solo Crime e Castigo 11:45 a partir do romance de Dostoiévski, com direção de Camila Márdila.

 

Com o AREAS Coletivo atuou em Plano sobre queda com direção de  Miwa Yanagizawa  e em Naquele dia vi você sumir. Com direção de Adriano Guimarães do Coletivo Irmãos Guimarães atuou em A Ponte, de Daniel Mac Ivor, Sopro de Samuel Beckett e em NADA – uma peça para Manoel de Barros com direção também de Miwa Yanagizawa, que ganhou o prêmio de elenco da revista Questão de Crítica. Também atuou, entre outras peças, em Ponto de Fuga de Rodrigo Nogueira , Trainspotting com direção de Luis Furlaneto e Fragmentos Troianos, de Antunes Filho.

Foto: Guto Muniz

Daniele Avila Small

Daniele Avila Small (Rio de Janeiro, 1976) é artista de teatro, crítica e curadora. Doutora em Artes Cênicas, é bolsista de pós-doutorado pelo CNPQ no PPGAC da UNIRIO. É autora do livro O crítico ignorante – Uma negociação teórica meio complicada (7Letras, 2015) e tem dramaturgias publicadas pelas editoras Cobogó e Javali. Dirigiu Há mais futuro que passado – Um documentário de ficção, que circulou por diversos festivais do Brasil e em Portugal. Sua experiência como tradutora conta com artigos de Josette Féral, Jacques Rancière e Marvin Carlson publicados em periódicos especializados das Artes Cênicas, como Questão de Crítica, Urdimento e Sala Preta. Também fez traduções de peças de dramaturgos contemporâneos para montagens no Brasil, como In on it e A primeira vista (de Daniel MacIvor, dirigidas por Enrique Diaz e publicadas pela Cobogó), Tentativas contra a vida dela, O campo, A cidade e Na República da Felicidade (de Martin Crimp, dirigidas por Felipe Vidal), Vênus de vison (de David Ives, direção de Hector Babenco), Chuva constante (de Keith Huff, direção de Paulo de Moraes) e Viajar no tempo (de Tim Etchells, para apresentação no Tempo Festival), publicada em uma edição especial do festival Porto Alegre em Cena.

Foto: Marcus Leoni

Camila Márdila

Atriz e diretora brasiliense formada em Comunicação Social na Unb, premiada no Festival de Sundance e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por seu trabalho no filme Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert. Realizou diversos trabalhos na tv, como as séries Justiça, Feras, Onde está meu coração, entre outras, e ainda a novela Amor de Mãe. No teatro trabalhou com os diretores Irmãos Guimarães, Felipe Hirsch, e é integrante do Areas Coletivo, com quem mantém a pesquisa Estudo para o ator: a Escuta e também realiza os espetáculos teatrais (Plano Sobre Queda e Naquele dia vi você sumir). Diretora da peça Crime e Castigo 11:45, de Liliane Rovaris, está no elenco dos filmes Carvão, de Carolina Markowicz (2022), Meu Nome é Gal, de Dandara Ferreira e Lô Poli/, e Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. É atriz da série Bom dia Verônica e interpreta Viviane Senna na série Senna, ambas da Netflix.

Daniel MacIvor

Foto: DanAlec

Daniel MacIvor (Canadá, n. 1962) é ator, roteirista e diretor de teatro e cinema, com vasta obra teatral traduzida e encenada internacionalmente. Co-fundou a companhia da da kamera (1987-2007), que se apresentou no Canadá, EUA, Europa e Israel. Sua colaboração com o diretor Daniel Brooks resultou em monólogos aclamados.

 

MacIvor é conhecido por peças como Marion Bridge (adaptada para o cinema) e New Magic Valley Fun Town (premiada em 2019). Sua peça In On It recebeu o prêmio Village Voice Obie em 2002. In On It, juntamente com A Primeira Vista e outras obras, fazem parte da série I Still Love You, pela qual foi agraciado com o Governor General Literary Award em 2006.

 

Em reconhecimento à sua significativa contribuição ao teatro canadense, recebeu o Siminovitch Prize em 2008. MacIvor também realizou trabalhos comissionados para importantes instituições como o Stratford Festival. Além do teatro, dirigiu filmes como Wilby Wonderful.

Outros espetáculos de MacIvor em montagens brasileiras, com participações de Liliane Rovaris e Daniele Avila Small

IN ON IT (2009)

Tradução: Daniele Avila Small

 

A peça é a história de Ray, que acontece com um estilo mais, digamos, teatral, do que os outros dois planos. O espetáculo é o que acontece “aqui e agora”, e consiste principalmente na discussão entre os dois personagens acerca da peça e seu desenvolvimento e sobre a relação entre eles e seu desenvolvimento. O passado fala de como a relação entre os dois personagens se iniciou e se desenvolveu.

 

https://trilhasdacena.com.br/in-on-it/

AS PEQUENAS COISAS (2025)
Idealização: Liliane Rovaris e Ana Carbatti

 

Em cena, Patricia, professora aposentada, contrata Nice, governanta falante, em cidade pequena. Sua relação se expande para Bel, filha de Nice, mãe solteira lidando com a possível transgeneridade do filho de 8 anos. Isoladas, as mulheres encontram solidariedade e apaziguamento na união e nas “pequenas coisas”, revelando a complexidade e humor do universo feminino em meio à solidão e tormentos.

 

 

A PRIMEIRA VISTA (2012)

Tradução: Daniele Avila Small

 

A Primeira Vista acompanha a relação de duas mulheres (Drica Moraes e Mariana Lima) que evolui do estranhamento inicial a uma amizade profunda. Unidas pelo gosto musical, vivem encontros e distanciamentos, explorando a energia vital e a ambiguidade de seus laços. A plateia é convidada a interpretar a história dessa conexão complexa e hilariante.

A PONTE (2019)
Assistência de direção e atuação: Liliane Rovaris

 

O espetáculo aborda a relação entre três irmãs separadas pelas circunstâncias da vida e que são obrigadas a se reencontrar para enfrentar a iminente morte de sua mãe. Ainda que existam diferenças, as irmãs têm as mesmas origens e referências e, mesmo com todas as dificuldades, elas se ajudam, se fazem crescer e amadurecer.

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