Velocidade
Quatroloscinco Teatro do Comum (MG) | Direção: Ítalo Laureano e Ricardo Alves Jr.
Como subverter o tempo e a velocidade das coisas a partir da arte? Essa reflexão, encontrada há dois anos pelo ator Marcos Coletta no texto “Notas sobre os doentes de velocidade”, da autora mexicana Vivian Abenshushan, se tornou o ponto de partida para o novo espetáculo do grupo. “Vivian discorre sobre a sociedade contemporânea, que tem estabelecido uma relação patológica com o tempo. Ela diz que a literatura e as artes são máquinas de desacelerar o tempo. Percebemos que a metáfora encaixava bem com o que queríamos dizer enquanto coletivo, neste momento da nossa trajetória”, conta.
Durante as pesquisas, Coletta conta que o grupo dialogou com outras referências, como o “Oráculo da Noite” do Sidarta Ribeiro, a música e os clipes da Laurie Anderson, textos de Paul Preciado e o filme “Poesia Sem Fim” de Alejandro Jodorowsky. “Também mergulhamos nos nossos sonhos pessoais e criamos uma dramaturgia que consideramos um livro-sonho-poema: não nos prendemos a uma história linear ou à lógica dramática. É uma peça mais onírica, poética, onde brincamos de acelerar e dilatar o tempo. Imagens que vem e vão, rastros de memória, lapsos de imagens que aparecem, memórias inventadas, memórias reais”, explica.
O espetáculo está estruturado como as partes de um livro: capa, prefácio, dedicatória, sete partes e verso da capa. Nas sete partes aparecem situações diversas que tratam da relação humana com o tempo, muitas delas passando pelas relações familiares, rotina de vida no mundo capitalista, relações de trabalho e a morte.
Nesta montagem, o grupo também utiliza, em diversos momentos do espetáculo, cinco bonecos com cerca de 50 cm cada, como na cena talk-show. “Chamamos essa parte de Queda Livre. Cada boneco entrevista o seu duplo (ator/personagem). É uma cena absurda, veloz, onde os bonecos são mais sagazes do que nós”, comenta Assis. Confeccionados em madeira pelo artista Agnaldo Silva, os bonecos são pequenas reproduções de cada ator/atriz. Segundo o diretor Ítalo Laureano, a proposta não é fazer Teatro de Bonecos. “Nos interessa mais a relação que o espectador cria ao nos ver ali, em miniatura, como avatares, como espelhos, como objetos ‘ficcionalizados’ e descolados de nós mesmos”, explica.
Serviço
2 de janeiro a 3 de fevereiro | sextas, sábados, domingos e segundas às 19h
Local: CCBB BH - Teatro II
Endereço: Praça da Liberdade, 450 - Funcionários
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Tipo de evento: pago
Ingressos aqui ou na bilheteria do teatro.
Classificação indicativa: 14
Ficha Técnica
Atuação: Assis Benevenuto, Ítalo Laureano, Marcos Coletta, Michele Bernardino e Rejane Faria
Direção: Ítalo Laureano e Ricardo Alves Jr.
Dramaturgia: Assis Benevenuto e Marcos Coletta
Direção de arte: Luiz Dias e Caroline Manso
Figurino: Caroline Manso
Assistência de cenografia: Bárbara de Freitas
Criação de luz: Marina Arthuzzi
Consultoria de iluminação: Rodrigo Marçal
Trilha sonora: Barulhista
Composição das músicas ao vivo: Marcos Coletta e Michele Bernardino
Sonorização: Daniel Nunes
Operação de som: Daniel Nunes e Adriel Parreira
Orientação de movimento: Kenia Dias
Orientação vocal: Ana Hadad
Assistência de Produção: Yasmine Rodrigues
Estágio de Produção: Joana Luz
Design gráfico: Bianca Perdigão
Fotografia: Igor Cerqueira
Filmagem: Janaína Patrocínio
Bonecos: Agnaldo Silva
Cenotécnica: Helvécio Izabel
Observação de processo: Fernando Dornas
Preparação e tradução da cena em Libras: Dinalva Andrade
Audiodescrição: Vias Acessíveis
Assessoria de imprensa, redes sociais e tráfego: Rizoma Comunicação & Arte
Edição de teasers: Leonardo Alcântara – Projeto Ande
Gestão de projeto: Trama Gestão e Produção
Produção: Grupo Quatroloscinco Teatro do Comum
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