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Trilhas da Cena

Verme

De Luiz Campos e Josemir Medeiros

direção: Luiz Campos e Josemir Medeiros

Realização: Cia. Los Puercos

Um homem e uma mulher, vestidos com macacões verdes etiquetados como N° 30, seguram um objeto longo que lembra um bastão envolto em material texturizado. Eles estão em um palco com fundo escuro, de frente um para o outro. Foto: Bob Sousa
Foto: Bob Sousa
Um homem barbudo vestindo uma jaqueta verde com o número 30 nela está de pé contra um fundo escuro, iluminado por um holofote. Um pano ou toalha branca enrolada está equilibrada em sua cabeça. O canto superior direito mostra uma luz direcionada às costas do homem. Foto: Arô Ribeiro
Foto: Arô Ribeiro
A montagem leva ao palco um relato documental de autoficção, baseado em experiências de Luiz Campos durante os sete anos em que esteve no militarismo. O enredo expõe as agressões, os traumas e as injustiças que presenciou e sofreu, contrastando essas vivências com a pureza e a inocência de sua infância. Verme traz uma ferida aberta, um desabafo necessário, um grito do autor que precisa ser ouvido.
O enredo da autoficção se constrói como retalhos de memórias do autor que são alinhavados pelo jogo teatral. As passagens duras do treinamento militar, ornado não raramente pela humilhação, a brutalidade, a disciplina e a prática autoritária, contrastam com o sonho do menino que alimentava a visão fantasiosa do quartel, e queria ser soldado, afinal o avô e o irmão ostentavam a alcunha de serem militares. Os momentos lúdicos do garoto na escola, as brincadeiras com os amigos, as travessuras que quebravam a rotina da casa e da rua são respiros na encenação. As abordagens irregulares, a conivência ativa e passiva com práticas questionáveis, a autopunição imposta pela corporação e a obediência inconteste são fatos que Luiz Campos traz não apenas como forma de denúncia, mas ainda como artifício de libertação.
A companhia realizadora do espetáculo, a Cia. Los Puercos, foi criada inicialmente, por alunos do Curso Livre de Teatro, na região da zona leste da cidade de São Paulo. De caráter profissional, naquele mesmo período, criaram o solo A Descoberta, selecionado em diversos festivais do Brasil, sendo indicado e premiado. Seu segundo espetáculo, foi o experimento As Mulheres do Guarda-chuva Perdidas Numa Noite Suja”, ainda em 2015. Em 2017, o grupo montou A Oração, de Fernando Arrabal, que projetou a companhia no cenário paulistano, com temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade, apresentação no Teatro Municipal de Araxá (MG), no Teatro Guarany (Santos/SP), no FESCETE e no Teatro Sérgio Cardoso (Circuito de Teatro em Português). O apoio do autor, que liberou os direitos para a Los Puercos, foi fundamental nessa trajetória. Esse projeto também contou com apoio de nomes como Sérgio Mamberti e Gregório Duvivier.

Serviço

07 a 30 de março | sexta e sábado, às 20h; domingos, às 19h
Local: Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho
Endereço: Rua Silva Bueno, 1533 Ipiranga
Cidade: São Paulo (SP)
Duração: 70 minutos
preço: gratuito com ingresso
retirada do ingresso na bilheteria 1h antes da sessão
Classificação indicativa: 16

Ficha Técnica e artística

Texto: Luiz Campos e Josemir Medeiros
Direção: Nathalia Nigro
Elenco: Clarice Ambrozio, Eluane Fagundes, Giovanna Marcomini e Luiz Campos
Produção executiva: Manu Guizé
Assistência de direção: Clarice Ambrozio
Dramaturgia corporal: Giovanna Marcomini
Cenário e figurino: Eluane Fagundes
Concepção de iluminação: Plinio Flima
Assistência de iluminação: Jennifer Ramos
Concepção de som: Pedro das Oliveiras e Juan Luís
Provocação dramatúrgica: Nelson Baskerville e Alexandre Mate
Operação de som: Juan Luís. Operação de luz: Plinio Flima
Arte gráfica: Giovanna Marcomini
Fotos: Arô Ribeiro e Bob Sousa
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Idealização, realização e produção: Cia. Los Puercos

As informações aqui prestadas são de responsabilidade de Eliane Verbena
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