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ASTEROIDE AP612

Ana Flávia Garcia (DF)

Direção e dramaturgia: Roberto Dagô

Estreia: 2023

Atualizada em 14/02/2024

Foto: Humberto Araujo

Piloto, ilustrador e escritor francês, Exupéry (1900-1944) foi o criador da obra imortal e fenômeno editorial O Pequeno Príncipe. A obra, que encontra ecos no contexto político em que foi escrita, inspirou o diretor e dramaturgo Roberto Dagô a criar o inédito espetáculo ASTEROIDE AP612. A produção teve sua estreia em abril de 2023 em Brasília (DF) e contou com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC-DF.

 

A temporada de estreia ocorreu num espaço alternativo – uma oficina de marcenaria (Galpão Salomé).

 

Em cena e em performance solo, a atriz Ana Flávia Garcia alerta para a beleza e a importância da simplicidade. Ela mostra que pequenas ações cotidianas e gestos como o afeto, o cuidado e a empatia, ou mesmo a arte, são atitudes políticas essenciais, ainda que pareçam invisíveis.

 

“O espetáculo ASTEROIDE AP612 nasce desse desejo de cuidado e de atenção ao que é invisível. É um gesto de alerta para o presente, mas também de esperança quanto ao que podemos plantar para o futuro e nos corações”, explica o diretor e dramaturgo Roberto Dagô, que se baseou no universo poético de Exupéry para refletir sobre o Fascismo e o adulto contemporâneo.

 

Além de celebrar Brasília com esta produção feita por artistas brasilienses, ASTEROIDE AP612 também comemora os 80 anos do clássico O Pequeno Príncipe, completado em 6 de abril de 2023.

 

“É uma honra trazermos este espetáculo com uma temática de suma importância pro centro da nossa capital. Viva o teatro, Exupéry e viva Brasília”, celebra o diretor Roberto Dagô.

 

Segundo o diretor, esta obra literária de 1943 não apenas é um retrato crítico-poético do adulto neurótico – o chamado “gente grande” no livro –, como também uma metáfora de um mundo ameaçado por regimes totalitários. “’O essencial é invisível aos olhos’, diz a raposa ao Pequeno Príncipe. Acredito que, com esta frase, Exupéry não apenas nos pede para estarmos atentos à delicadeza e fragilidade do que há de melhor dentro e fora de nós, mas ele também alerta para o quanto o que há de pior pode parecer inofensivo a princípio. Este dilema nos inspirou a criar o universo fantástico de ASTEROIDE AP612”.

 

“O livro foi escrito no período em que Exupéry, que também era piloto militar, migrou para os Estados Unidos para ajudar a convencer o país a se juntar na luta contra o nazismo, luta pela qual morreu em 1944 quando seu avião foi atingido por soldado alemão. No livro, figuras como os baobás, que ameaçam destruir o pequeno asteroide do Pequeno Príncipe, são alusões aos ideais nazistas que se multiplicavam pela Europa”, acrescenta.

 

O espetáculo parte da premissa de que a subjetividade fascista é um modo de existir excessivamente “adultescido”. Tendo esta hipótese como ponto de partida, a peça transita entre a dança, o teatro e o audiovisual para tramar um conto cósmico ora pequeno demais, ora grande demais, onde o universo é eternamente insuficiente para caber o Outro. O nome do espetáculo faz alusão ao lar do Pequeno Príncipe, um corpo celeste excessivamente pequeno para ser planeta, e ao imaginário apocalíptico em torno dos asteroides, personagens cósmicos que ameaçam a vida na Terra. A respeito do nome da obra, os criadores brincam: “Nomeamos nosso próprio asteroide”.

 

A estrutura cenográfica do espetáculo é inspirada na arquitetura, função e simbologia de planetários. “A ideia é promover a imersão do público dentro do universo da figura central (a atriz Ana Flávia Garcia), um pequeno-grande corpo celeste que atravessa o espaço envolvido pela imensidão e pelo desconhecido”, detalha Dagô. Tendo como recurso uma atitude de imaginação radical para problematizar macro e micropolíticas, a obra convida delicadamente a estarmos sempre atentos às sementes de baobá não apenas no outro, mas também em nós, afinal ninguém está nunca a salvo de sentir-se o centro do universo.

Galeria - Espetáculo

Fotos realizadas por Humberto Araujo durante a temporada, de 8 a 30/abril de 2023, no Galpão Salomé (Brasília-DF).

Ficha Técnica

Criação: Roberto Dagô, Ana Flávia Garcia e Déborah Alessandra

Concepção, direção e dramaturgia: Roberto Dagô

Performance: Ana Flávia Garcia

Assistência de direção: Déborah Alessandra

Projeção mapeada: Aníbal Alexandre | Matriz Visual

Direção de arte | Objetos, cenário e figurino: Danilo Fleury | Coarquitetos e Poli Salomé

Trilha sonora e sonoplastia: Zé Pedro Gollo e Rafael Ops

Iluminação: Lemar Rezende

Fotografia: Humberto Araujo

Preparação corporal: Tobias

Assessoria de imprensa: Clara Camarano e Denise Camarano

Mídias sociais: Clara Molina

Designer gráfico: Maíra Guimarães | Coarquitetos

Estagiário de produção: Ilgner Boyek

Direção de produção: Aline Cardoso

ASTEROIDE AP612 | Arte: Design de Maíra Guimarães e Foto de Humberto Araujo
ASTEROIDE AP612 | Flyer | Arte: Maíra Guimarães e Foto de Humberto Araujo
ASTEROIDE AP612 | Matéria do Correio Braziliense de 07/04/2023
Matéria do Correio Braziliense de 07/04/2023
ASTEROIDE AP612 | Matéria do Jornal de Brasília de 27/03/2023
Matéria do Jornal de Brasília de 27/03/2023

Trilha sonora

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