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Trilhas da Cena

Cidade: Salvador

Estado: Bahia

Ano de criação: 2019

Atualizada em 11/02/2025

O Corre Coletivo Cênico, criado por multiartistas, gays e negros, em fins de 2019, se debruça sobre os impactos da masculinidade na construção da identidade gay. Nesse sentido, vem desenvolvendo pesquisas e ações que visam desconstruir o que seria a ideia da “coisa de macho”. Com trajetórias que perpassam o interior do estado e/ou as periferias da capital, todos são marcados por situações violentas diante de trejeitos considerados femininos, assim como por discursos opressores do tipo “tome jeito de homem”, “você é a cara da AIDS”, “isso é coisa de viado”, percebendo-se como corpos abjetos na sociedade.

Identidades

As células cênicas têm por costume exprimir o resultado das somas de identidades e identificações de seus membros através do seu fazer artístico. E é quando identidades, mesmo com diferentes universos expressivos acentuados, se identificam em pontos artísticos e políticos, que nasce o Corre, coletivo cênico soteropolitano.

Em sua composição é possível observar, ou perder de vista os limites da fisicalidade dos nomes, trabalho e arte dos respectivos, Anderson Danttas, ator de reverberação internacional, administrador e bailarino; o produtor cultural, também bailarino e ator Igor Nascimento; o pesquisador do teatro do real, especialista em gestão cultural e política, além de artista multifacetado, Luiz Antônio Sena Jr.

Completando essa engrenagem que faz o Corre rodar temos, Marcus Lobo, pesquisador em arte e mídias com foco na visualidades da cena e elementos técnicos, atuando profissionalmente também como diretor, ator, dentre outras colocações; Rafael Brito, ator, assistente de direção e das comunicações enquanto produtor, assessor, repórter, dentre outros postos; e Muri Almeida, ator, dançarino, DJ e pesquisador da arte transformista com foco em estética.

Clique sobre as imagens para ampliá-las e identificar cada integrante do coletivo.

Processos

2020

DELIVERY DA GENTE

 

A partir de relatos biográficos, ficcionais e de interações propostas pelos atuantes, o coletivo corre apresenta Delivery da gente, uma incursão pelas plataformas Instagram, Whatsapp, e-mail e, por fim, o encontro via zoom. Um experimento degustativo que reúne 05 bichas – Anderson Danttas, Igor Nascimento, Luiz Antônio Sena Jr., Marcus Lobo e Rafael Brito -, que oferecem seus corpos como pratos, arquétipos de desejo, para relatarem caminhos percorridos no processo de formação da identidade gay de cada um deles. Muitos “eus”, feridas, batalhas, argumentações, transgressões.

IMERSÃO NO SÍTIO SANTA TEREZA

 

Em setembro de 2020 acontece o primeiro processo de imersão do coletivo corre, para começar a desenvolver o projeto Corre pra sentir, foram 4 dias completamente imersos no Sítio Santa Tereza, sem comunicação externa, onde ocorreram: oficinas, jogos de improvisos, rodas para diálogos, onde era compartilhada as vivências dos integrantes, construção de painel e mini-doc.

2021

PROJETO PARA-ISO

 

Após meses de pesquisas e de imersões, o Corre Coletivo Cênico estreiou virtualmente, no dia 10 de abril, Para- iso, espetáculo teatral dividido em 08 episódios disponíveis pelo Youtube do Corre.


Para-iso propõe uma reflexão sobre o modo como o HIV/AIDS e a COVID-19 têm atingido os corpos gays, numa tentativa de tecer uma correlação entre as duas epidemias. Até 24 de março de 2021, havia morrido em um ano mais pessoas de COVID-19 (317.936) do que de HIV/AIDS (281.156) nessas quatro décadas.

 

Para-iso é uma carta aberta, um manifesto, uma mensagem disparada para atingir a todes sem distinções.

 

O projeto teve apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc) via Lei Aldir Blanc, coordenada pela Secretaria Especial de Cultura e do Ministério do Turismo, Governo Federal.

2022

CONVERSAS PRO PARAÍSO

 

O Conversas pro Paraíso se propõe a ir de contra a desinformação, a criação do medo, a culpabilidade, o silêncio, os armários subjetivos e as ilhas sociais. Tendo o diálogo como um ato que convoca a análise crítica da realidade, movimento de criação de novas narrativas, trazendo diversidade e representatividade para o processo e conteúdo final. Realizado já em duas edições, a primeira edição em formato de lives através da rede social instagram, com intuito de discutir e reverberar as temáticas abordadas no espetáculo Para-iso, recebemos diversos convidados, pesquisadores, artistas, infectologistas, gestores de ONGs e/ou espaços culturais que abraçam o movimento LGBTQIAPN+.


Devido as reverberações dessa primeira edição, desenvolvemos o projeto e mudamos para o formato de videopodcast, completados com o Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB via Lei Aldir Blanc, lançamos 5 episódios no canal do youtube do coletivo. A cada episódio um convidado distinto, trazia suas vivências e pesquisas a respeito do HIV/AIDS, buscando evidenciar a pluralidade e a diversidade de falas.

CORRE PARA SENTIR

 

O Corre pra sentir teve sua primeira temporada em maio onde o Corre Coletivo desenvolveu encontros com homens gays para trocar ideia, afetos, experiências numa perspectiva de construir outras visões para a mesma história. Os encontros trazem práticas corporais e jogos teatrais como disparadores de memórias para trocas de afetos e histórias de vida. Um espaço de acolhimento, para se conhecer e se reconhecer a partir da história do outro.


Indo agora pra sua segunda edição o Corre pra sentir, busca discutir sobre os direitos: “todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Nos diz um dos artigos do que se entende enquanto direitos universais. Pensando neles e nós “bixas”, o Corre Coletivo Cênico apresenta a segunda temporada de encontros de afetos de homens gays.

2023

MUSEU DO QUE SOMOS

 

O que é um museu? Quem é que escolhe o que está sendo exposto? Como é o seu museu? O que você anda curando e expondo? Entre documentos oficiais, materiais biográficos, observações coletivas e levantes poéticos, o Corre Coletivo Cênico cria a peça Museu do que somos, uma experiência cênica-performativa-museológica que questiona a memória e as narrativas hegemônicas, comumente expostas em museus, galerias e espaços de arte e cultura. Com direção e dramaturgia de Luiz Antônio Sena Jr, a obra é construída a partir da vivência de seus integrantes (Anderson Danttas, Muri Almeida e Rafael Brito) e da interação com homens gays a partir de um circuito de rodas de diálogos realizados em 2022, na cidade de Salvador (BA), sendo recriada a cada encontro-visita pública, junto com o público, que é convidado a partilhar suas memórias, a se colocar diante de interrogativas e curar cada “peça” exposta, numa tentativa de colocar em evidência histórias coletivas. Nesse sentido, encruzilha contextos e reflexões sobre sexualidade, territórios, raça e sorologias, afirmando as presenças corporais e imateriais LGBTQIAPN+, negras, indígenas, do interior para o mundo.

2024

LEVANTE

 

Mergulho ancestral.
Há duzentos anos uma grande mobilização popular culminou na independência da Bahia, no dia 2 de julho de 1823. A libertação política de um território de sua colônia. Mas, no contexto atual, muitos são os corpos aprisionados em preconceitos e violências sociais – racismo, machismo, LGBTfobia, entre outros – que impedem o deslocamento destes corpos. É neste ponto que surge o projeto Levante, que busca questionar as idéias de independência e afirmação dos sujeitos na sociedade. O ponto de vista está sob o sujeito ao invés do território, como fora há dois séculos.

 

Levante faz parte de uma pesquisa artística do Corre sobre as normatividades sociais e os impactos da colonização que há séculos atravessam as existências dissidentes, a exemplo de pessoas LGBTQIAP+, mulheres e corpos negros. O projeto passou por Alagoinhas, Cachoeira e Salvador, contando com a participação de cerca de 60 estudantes secundaristas e artistas locais nas performances em multidão, além de ter contado com artistas contemporâneos implicados em questões que perpassam pela afirmação dos sujeitos em dissidência à colonialidade – o artista plástico e grafiteiro Pinho Blures, em Alagoinhas, a performer e artista plástica Tina Melo, em Cachoeira, e o multiartista Caboclo de Cobre, em Salvador.

Prêmios e editais

• Prêmio das Artes Jorge Portugal 2020 – Premiação Aldir Blanc Bahia – Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB
  Realização do projeto de criação da obra “Para-iso”

Edital de chamada pública Prêmio Cultura na Palma da Mão – a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – SECULT/BA
  Realização do projeto “Conversas pro paraíso”

Indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na 28 edição, nas categorias: espetáculos adulto, texto e direção.
  Vencedor na categoria melhor direção para Luiz Antônio Sena Jr, pelo espetáculo “Para-íso”

Edital de chamamento público Diálogos Artísticos – Bicentenário da Independência da Bahia – categoria iniciativas artísticas

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