Trilhas da Cena

O LIVRO DE JÓ

Teatro da Vertigem (SP)

Direção: Antônio Araújo

Estreia: 1995

Duração: 80 min

Atualizada em 11/08/2024

Sinopse

O Livro de Jó foi desenvolvido com a perspectiva de aprofundar elementos vivenciados anteriormente e trazer ao núcleo do Teatro da Vertigem novas diretrizes. Mantendo um processo a partir dos depoimentos pessoais dos atores, o universo temático sofreu uma verticalização nesta montagem. Porém, dessa vez, colocou-se frente a uma dramaturgia mais formalizada trazendo para o grupo o universo da palavra. Se anteriormente a linguagem gestual era a principal expressão das reflexões e vivências do grupo, a partir de então, a palavra começou a entrar no campo das preocupações; a exploração do movimento coral abriu espaço para a construção de personagens; as experimentações corporais sobre as leis da física buscaram transformar-se em treinamentos dos estados internos do ator. Algumas questões se colocaram diante do grupo repentinamente. E essas questões, na medida em que foi difícil manter-se alheios a elas ou resolvê-las numa esfera estritamente individual, acabaram por se tornar o motor da criação artística.Foi a partir destas constatações/inquietações que surgiu a ideia de encenar este texto bíblico num hospital. Espaço por excelência do “pathos”, do sofrimento, da iminência da morte, ele é uma espécie de lugar-tabu, de lugar-purgatório. Ali foi confinada a morte, o enfrentamento da morte, e a constatação inapelável da vulnerabilidade e fragilidade humanas.

 

Texto adaptado do original presente no site do Teatro da Vertigem.

Fotografias de cena

Fotos realizadas por Guto Muniz em 21 de agosto de 2004 no Hospital Julia Kubitschek, durante o

FIT BH – Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte.

Equipe

Dramaturgia: Luís Alberto de Abreu

 

ELENCO:
Daniella Nefussi – Mulher de Jó (1995)
Joelson Medeiros – Sofar (1997-2006)
Lismara Oliveira – Coro (1995-6)
Luciana Schwinden – Mulher de Jó (1998)
Marcos Lobo – Sofar (1996-6)
Mariana Lima – Mulher de Jó (1995-7)
Marília de Santis – Sofar (2008)
Matheus Nachtergaele – Jó (1995-7)
Miriam Rinaldi – Elifaz
Roberto Audio – Jó (1998)
Sergio Siviero – Mestre, Eliú
Siomara Schröder – Sofar (1995-6)
Suia Legaspe – Coro (1996)
Vanderlei Bernardino – Contramestre, Baldad

 

MÚSICOS:
Alexandre Galdino/José Eduardo Areias (voz)
Camila Lordy (teclado/voz)
Flávia Maria (voz)
Giovanna Sanches/Rita Carvalho (voz)
Miriam Cápua/Roseli Câmara – percussão/voz

Participaram também da temporada desse espetáculo os músicos:
Adriana Pastorello (voz)
Fabiana Lian (voz)
Magna Pucci (teclado)
Regina Leite (voz)

 

Composição e direção musical: Laércio Resende

Figurinos e visagismo: Fábio Namatame

Desenho de luz: Guilherme Bonfanti

Direção de arte: Marcos Pedroso

Desenho de som: Kako Guirado – Usina Sonora

Coordenação teórica: Ivan Marques

Design gráfico (programa e cartaz): Jimmy Leroy (1995), Burritos do Brasil (1995) e
Luciana Facchini (2002)

Fotografia: Eduardo Knapp (1995), Claudia Calabi (2002), Edouard Fraipont (2002), Lenise Pinheiro (2002)

Assistentes de direção: Marcos Lobo (1995) e Eliana Monteiro (2002)

Direção de cena:  Eliana Monteiro (2002)

Assistente de iluminação: Joyce Drummond (1995) e Camilo Bonfanti (2002)

Assistente de cenografia: Sergio Siviero (1995) e Vinícius Simões (2002)

Estagiários de figurino: Eduardo Oliveira, Stella Bierrenbach e Tina Krug

Confecção dos figurinos: Maison Lucy França

Montagem de luz e cenografia: Agostinho, André Vinicius, Eduardo Justus, Marcos Franja, Nelson Ferreira e Sidnei Rosa

Consultoria técnica em engenharia de segurança: Marcos Ávila

Operação de luz: Marcos Franja (1995-8), Marisa Bentivegna (1996), Fabio Retti (1996)’Joelson Medeiros (1996) e Camilo Bonfanti (2002)

Operação de som: Giovanna Sanches (1995), Rita Carvalho (1995) e Cláudio Gutierrez (2002)

Contra regra:  Zan Martins (2002)

Bilheteria: Cláudia Veloso

Limpeza e zeladoria: Seu José

Assessoria de imprensa:  Canal Aberto – Márcia Marques

Administração e gerência de produção: Orlando Brandão (1995), João Federici (2002) e  Henrique Mariano – H2E Produções (2008)

Produção executiva: Anna Leonor Silva Costa (1995), Noêmia Duarte (1995) e Janaína Assis (2008)

Assistente de produção: Ricardo Resende (1995)

Direção de produção: Marcos Moraes (1995 – 2001), João Federicci (2002) e Henrique Mariano (2008)

Concepção e direção geral: Antônio Araújo


O Livro de Jó foi desenvolvido preliminarmente em parceria do dramaturgo com o diretor durante o ano de 1993, e com a participação de todo o grupo de janeiro de 1994 a fevereiro de 1995.

Esse espetáculo estreou em 9 de fevereiro de 1995 no Hospital Humberto I, em São Paulo.

Reproduzir vídeo

Este vídeo tem restrições de exibição e só poderá ser assistido diretamente no Youtube. Para isso, clique na imagem ao lado ou no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=69zPy8RObBU

Leituras relacionadas

Comemorando os dez anos de existência de um dos mais relevantes grupos teatrais do nosso país, o livro Teatro da Vertigem – TRILOGIA BÍBLICA traz o texto integral dos espetáculos O Paraíso Perdido (1992), O Livro de Jó (1995) e Apocalipse 1:11 (2000), acompanhado de ensaios, depoimentos e uma seleção de críticas publicadas no Brasil e no exterior, mais dezenas de fotos, cronologia e bibliografia do Teatro da Vertigem. 

Publifolha

Ano: 2002

Comemorando 25 anos do grupo, a Editora Cobogó lança o livro Teatro da Vertigem que reúne textos de críticos, dramaturgos e pensadores que refletem sobre os modos e meios de criação do grupo. Ao longo do seu marcante percurso artístico, híbrido de linguagens, entre elas, o site specific e a performance urbana, o grupo liderado por Antônio Araújo abriu espaço em suas criações colaborativas para as possibilidades cênicas e dramatúrgicas em diferentes locações da cidade.
Livro finalista do 61º Prêmio Jabuti (2019) na categoria Projeto gráfico (Responsável: Luciana Facchini).

Editora Cobogó

Ano: 2018

https://www.cobogo.com.br/produto/teatro-da-vertigem-teatro-de-vertigem-613

O Livro de Jó revela o peso da crença

18.2.1995  |  por Valmir Santos

 

(,…) Ritualização do espaço cênico é uma das características marcantes do Teatro da Vertigem. Na peça anterior, a primeira do grupo, o périplo do Anjo Caído trazia imagens fortes.

Agora, os três andares do pavilhão do Hospital Umberto Primo, na região da avenida Paulista, foram reinventados como labirinto onde o público acompanha as cenas. A iluminação de Guilherme Bonfanti e a cenografia de Marcelo Pedroso e o próprio Araújo dão a perspectiva onírica – ou melhor, de pesadelo. (…)

Leia todo o texto clicando aqui.

Outros espetáculos do Teatro da Vertigem

PARAÍSO PERDIDO (1992)
Com este espetáculo a companhia procurou tratar de algumas das mais recorrentes questões metafísicas: a perda do paraíso, sua nostalgia e a consequente busca de um religamento original. Para tanto se inspirou desde os relatos mesopotâmicos da criação, o gênesis bíblico e os textos apócrifos dos livros de Adão e Eva até a obra de John Milton, “O Paraíso Perdido”, poema responsável pela origem e articulação deste projeto. O Vertigem entende que o mito da queda pode ser associado aos sentimentos contemporâneos de decadência e de nostalgia de um padrão superior de existência. Ele retrata a perda da proximidade às origens da natureza humana e o abandono de um contato ideal com o plano divino.
https://trilhasdacena.com.br/paraiso-perdido/

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