Trilhas da Cena

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Fotografia

Elenize Dezgeniski

Paraná

Atualizada em 30/01/2024

Elenize Dezgeniski é fotógrafa de cena, multiartista e psicanalista. Desenvolve trabalhos em fotografia, vídeo, instalações, práticas curatoriais e publicações.

 

É colaboradora em processos criativos de teatro e dança desde 1998. Atualmente, investiga as relações entre imagem, palavra, memória e narrativa, articulando artes visuais e psicanálise.

 

Mestra em Artes Visuais pela UDESC, possui Especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP e Bacharelado em Interpretação Teatral pela FAP. Graduanda em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná e psicanalista em formação desde 2009. Estudou no Núcleo de Estudos da Fotografia NEF (Curitiba) e foi professora do Curso de Especialização em Fotografia e Processos e Produção da Imagem da Universidade Tuiuti do Paraná (2014-2016).

 

Autora do livro Gesto Contínuo – Fotografia de Cena (Curitiba, 2019) e integrante do Coletivo FUDEU (Curitiba).

 

Site: http://www.elenizedezgeniski.com

Foto: Luana Navarro

Foto: Luana Navarro

Fotografia

Elenize Dezgeniski

Paraná

Atualizada em 30/01/2024

Foto: Luana Navarro

Foto: Luana Navarro

Elenize Dezgeniski é fotógrafa de cena, multiartista e psicanalista. Desenvolve trabalhos em fotografia, vídeo, instalações, práticas curatoriais e publicações.

 

É colaboradora em processos criativos de teatro e dança desde 1998. Atualmente, investiga as relações entre imagem, palavra, memória e narrativa, articulando artes visuais e psicanálise.

 

Mestra em Artes Visuais pela UDESC, possui Especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP e Bacharelado em Interpretação Teatral pela FAP. Graduanda em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná e psicanalista em formação desde 2009. Estudou no Núcleo de Estudos da Fotografia NEF (Curitiba) e foi professora do Curso de Especialização em Fotografia e Processos e Produção da Imagem da Universidade Tuiuti do Paraná (2014-2016).

 

Autora do livro Gesto Contínuo – Fotografia de Cena (Curitiba, 2019) e integrante do Coletivo FUDEU (Curitiba).

 

Site: http://www.elenizedezgeniski.com

Trajetória

A fotografia esteve na minha vida desde sempre, sou filha de fotógrafo e a câmera sempre fez parte do cotidiano da família. Ainda criança, ajudava meu pai, recarregando os chassis de filmes médio formato de sua câmera ou sendo sua assistente de iluminação.

Comecei a fotografar teatro na adolescência, em 1998, quando participava do GRUTA (Grupo de Teatro Amador do Colégio Estadual do Paraná). No Colégio, fotografava as peças dos colegas e os festivais de teatro estudantis. Nessa época, também tirei a minha primeira carteira profissional regulamentada, a de violonista clássica. Aos 16 anos integrava a Orquestra de Violões do Paraná e realizava concertos com o grupo.

Tudo era fotografado com filme e estar no palco ou na plateia eram posições que oscilavam num universo repleto de descobertas e possibilidades.

Marco o início do meu trabalho profissional como fotógrafa de cena em 2003, quando fui selecionada para uma Bolsa de Pesquisa em Dança Contemporânea na Casa Hoffmann (Centro de Estudos do Movimento em Curitiba). Na ocasião, estava interessada nas relações entre fotografia, corpo e dramaturgia. O resultado, foi a performance intitulada Ser fotográfico. No mesmo ano, entrei para a Faculdade de Teatro na FAP e, muito rapidamente, estava fotografando as peças da faculdade e também do circuito profissional da cidade. Em 2004 fotografei mais de 80 peças e esse foi o ritmo pelos anos seguintes. Foi quando fotografei o Bicho corre hoje, espetáculo da CiaSenhas de Teatro, com direção de Sueli Araújo, grupo onde sou colaboradora desde então.

De 2004 a 2008 fui fotógrafa do Centro Cultural Teatro Guaira, onde pude fotografar várias edições do Festival Internacional de Teatro de Bonecos, Balé Teatro Guaira, Orquestra Sinfônica do Paraná, entre outros. Desde 2004, realizo os registros fotográficos dos espetáculos da programação da Caixa Cultural Curitiba.

Em 2006, entrei para o Grupo Obragem de Teatro, dirigido por Olga Nenevê e Eduardo Giacomini, circulando pelas mais diversas funções, atuando como atriz, assistência de direção, criação de projeções para os espetáculos, direção de fotografia para as peças filmadas, criação de fotografias para os livros do grupo, além dos registros fotográficos dos espetáculos. A experiência com o Grupo Obragem, marcou minha poética de muitas maneiras.

Foi no Obragem que desenvolvi o que chamo de Cena expandida, que são os ensaios fotográficos realizados para divulgação e design gráfico dos trabalhos, antes da estreia, onde, muitas vezes, as peças ainda não estão organizadas imageticamente. Trata-se de entender os elementos dramatúrgicos do processo, suas referências e ampliá-lo para outras paisagens, o que acaba por imprimir outras memórias ao acontecimento teatral – como um campo expandido da cena. Imagens que muitas vezes retornam e alimentam o próprio processo de criação das peças. Operação que habita essa zona de encontro e interlocução do “entre” as linguagens fotográfica e teatral. A Cena expandida também abriga experimentações em vídeo.

 

Outra experiência fundamental na minha formação foi ter frequentado os cursos do NEF (Núcleo de Estudos da Fotografia) em Curitiba, sob orientação da artista e interlocutora Milla Jung. A passagem pelo Núcleo foi uma importante “virada de chave” na compreensão das possibilidades da linguagem fotográfica no campo da arte.

De 2014 a 2016, fui professora do Curso de Especialização em Fotografia e Processos e Produção da Imagem da Universidade Tuiuti do Paraná, onde ministrava o módulo de fotografia cênica. Essa relação entre as dimensões teórico-práticas sempre me convocou.

A esta altura, já havia iniciado há alguns anos, minha formação em psicanálise, ingrediente importante desta receita que me forma e me (de)forma como artista nos últimos anos. Em 2022, concluí o Mestrado em Artes Visuais na UDESC.

Em 2019, lancei o livro Gesto Contínuo, um recorte de 15 anos do meu trabalho como fotógrafa de cena. O livro foi construído a partir de um arquivo com mais de 800 peças fotografas e de um arquivo com mais de 700 mil imagens.

Nesses 20 anos de atuação, pude acompanhar o trabalho de diversas companhias da cidade, da antiga e da nova geração: CiaSenhas, Grupo Obragem, DesCompanhia de Dança, Cia Brasileira de Teatro, Escola do Ator Cômico, Antropofocus, Ave Lola, Rumo de Cultura, Grupo Delírio, Fluctissonante, Cia Projétil, entre tantas outras e também registrar os grupos de fora que fazem temporada em Curitiba.

E aqui estou, no Trilhas da Cena compartilhando parte do meu acervo com vocês. É uma alegria fazer parte desta história coletiva, feita à muitas mãos, de muitos corpos, geografias e memórias. Evoé!

Gesto contínuo (o livro)

O livro foi elaborado a partir de um arquivo com mais de 800 peças fotografadas por Elenize Dezgeniski num recorte de tempo de 15 anos. Em uma narrativa não cronológica, a edição busca tornar visível os efeitos dos encontros entre as imagens, as companhias e os artistas, revelando relações possíveis entre tempo, memória e narrativa.

A publicação conta com textos dos dramaturgos Olga Nenevê, Sueli Araujo e Márcio Mattana, do ator, pesquisador de teatro e jornalista Fernando de Proença e das artistas visuais Milla Jung e Luana Navarro. O Texto de apresentação é do crítico e jornalista Valmir Santos e o projeto gráfico é da designer Adriana Alegria.

O livro foi elaborado num processo contínuo de quase dois anos de trabalho, e contou com a assistência de edição da artista Lidia Ueta e da cineasta Débora Zanatta. Gesto contínuo é um livro-peça (montagem), atento aos sentidos dos encontros e dedicado ao tempo presente.

Acesse o livro digital aqui.

Gesto contínuo (o livro | ficha técnica)

Criação e fotografias Elenize Dezgeniski
Edição Elenize Dezgeniski
Assistência de edição Lidia Ueta e Débora Zanatta
Pesquisa e organização de arquivos Elenize Dezgeniski e Lidia Ueta
Colaboração de edição Milla Jung, Luana Navarro e Fernando de Proença
Tratamento de imagem Elenize Dezgeniski e Lidia Ueta
Texto de apresentação Valmir Santos

TEXTOS
Olga Nenevê
Márcio Mattana
Sueli Araujo
Luana Navarro
Milla Jung
Fernando de Proença

Revisão de textos Maikon Kempinski
Projeto gráfico Adriana Alegria
Direção de produção Diego Marchioro
Produção Débora Zanatta
Assistência de produção Lidia Ueta
Assessoria de imprensa Fernando de Proença
Redes sociais Indianara Zanatta
Coordenação de projeto Rumo Empreendimentos Culturais
Captação de incentivo Meire Abe
Realização Elenize Dezgeniski e Rumo Empreendimentos Culturais

Apoios VIMO Vídeo Foto, Casa Quatro Ventos, SESI PR
Incentivo EBANX, Livrarias Curitiba e CEDIP
Projeto realizado com o apoio do Programa de Apoio e incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Gesto contínuo (a exposição)

Para a exposição foram selecionadas 43 fotografias que compõem o livro Gesto contínuo de Elenize Dezgeniski, incluindo imagens da Cena expandida. O espaço outros gestos, trata dos usos das fotografias nos desdobramentos da cena, como publicações, cartazes, pensamentos sobre o corpo e o teatro trazendo notícias sobre o processo de criação do livro. Este trabalho é uma busca por tornar visível os efeitos dos encontros entre as imagens, as companhias e os artistas, revelando relações possíveis entre tempo, memória e narrativa. A fotografia diante da dramaturgia. Uma história feita a muitas mãos, a partir de muitas peças. Processos de escritas e trocas que apontam possibilidades de sentidos, às vezes incendiários. E assim, juntos apresentamos um recorte de uma cena pulsante.

 

Elenize Dezgeniski, Diego Marchioro e Luana Navarro
(texto de apresentação da exposição)

 

Visite a página completa da exposição: aqui.

A cena expandida

Esses ensaios (cena expandida) são exemplos do delicado olhar da artista para uma cena que cresce em muitas direções, um olhar que participa da dramaturgia do espectador na realização das peças. Nestes trabalhos é possível perceber como as fotos de Elenize Dezgeniski são cinéticas, pois podemos sentir o movimento interno ou externo dos corpos continuando no espaço-tempo. Mesmo que elas estejam se distanciando no decorrer dos anos, é possível perceber uma pulsação e uma respiração que delas emanam. Elas contêm o centro orbital do momento em que foram termicamente capturadas. E, por isso, elas vibram, como vibra o corpo humano. As imagens revelam que a artista persegue o instante em movimento, como uma forma de afirmar que a foto é a captura do movimento de muitas naturezas e que, por isso, há contido em suas imagens um indecifrável flagrante, que continua se movimentando.

Olga Nenevê, Gesto contínuo, página 212

(Olga Nenevê é dramaturga, diretora cênica e atriz. Seus trabalhos são criados a partir da contaminação de linguagens artísticas. Bacharel em Artes Cênicas pela PUC-PR; licenciada em Artes Plásticas pela UFPR e especialista em Teatro pela FAP-PR. É fundadora do Grupo Obragem de Teatro junto com o artista Eduardo Giacomini.)

Na cena expandida o campo fotográfico desborda para outros campos, a dizer, o vídeo, a performance, o cinema ou a intervenção urbana, incorporando à peça a visualidade inerente à experiência contemporânea. Uma visualidade cartográfica, eu diria – sempre acompanhada de movimento e fluxo. E que, diferentemente do mapa, que é uma representação de um todo estático, “dá língua para afetos que pedem passagem” . E é desse modo, então, que em Gesto contínuo a cena expandida perscruta as nuances das imagens que interferem no destino de nossa memória, agregando outras paisagens ao imaginário do teatro curitibano e também ao que se entende por fotografia de cena.

 

Milla Jung, Gesto contínuo, página 231

 

(Milla Jung é artista e pesquisadora em artes visuais. Tem especialização em fotografia pela Escola Internacional de Fotografia de NY, pela Escola para Assuntos Fotográficos de Praga e pela Universidade Cândido Mendes, com mestrado em Teoria e História da Arte pela UDESC e doutorado em Poéticas Visuais pela ECA/USP. Coordenou até 2010 o Núcleo de Estudos da Fotografia em Curitiba, espaço dedicado à produção e reflexão sobre fotografia e imagem. Atualmente investiga questões sobre imagem e esfera pública a partir da relação entre práticas artísticas e espaços sociais.)

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