Fotógrafa, ensaista e
Diretora de movimento
Silvia Machado
São Paulo
Atualizada em 18/07/2023
Silvia Machado
Bailarina, Fotógrafa, mãe, cozinheira e outras coisas mais…
Sou filha de um professor de Educação Física/Fisioterapeuta e de uma Pianista/Desenhista. Minha infância foi entre bolas, chuteiras, redes, bicicletas, pipas, patins, água, lápis de cor, tintas, livros e muita música.
Quando criança queria ser ginasta. Assistíamos às Olimpíadas e eu ficava maravilhada com aquelas meninas dançando e saltando, as barras assimétricas, aqueles giros que formavam círculos imaginários, aqueles saltos incríveis contra a gravidade. Leveza, beleza e delicadeza misturada à força, concentração e determinação. Suor, sentidos. Todos.
Em meio a isso existiam os saraus onde minha mãe nos deliciava com Chopin, Rachmaninoff, Mozart, Zequinha de Abreu e outros tantos compositores. E onde eu seguia suas mãos dançando suavemente sobre as teclas. Ela tinha um jeito todo especial de me despertar para as belezas do mundo. Mostrava a lua e o círculo que se forma em volta dela e as estrelas que brilham muito mais na escuridão. Me chamava para ver o pôr do sol muito antes dele se pôr e ficávamos observando as mudanças de cor até bem depois do sol sumir no horizonte, até o céu passar por todos os tons de rosa laranja azul roxo cinza preto e se encher de estrelas ou luar. Mostrava o contraste do ipê-amarelo contra o azul do céu de outono e a beleza das nuvens chumbo que antecedem uma tempestade. Os cheiros de chuva, de asfalto molhado, de grama cortada, de cebola na panela… E também tentou me ensinar a fazer os degradês de cinza que compõe um retrato desenhado em preto e branco, todas as infinitas possibilidades de brancos, cinzas e pretos que ela fazia com perfeição.
Autorretrato
Fotógrafa, ensaista e
Diretora de movimento
Silvia Machado
São Paulo
Atualizado em 13/07/2023
Autorretrato
Silvia Machado
Bailarina, Fotógrafa, mãe, cozinheira e outras coisas mais…
Sou filha de um professor de Educação Física/Fisioterapeuta e de uma Pianista/Desenhista. Minha infância foi entre bolas, chuteiras, redes, bicicletas, pipas, patins, água, lápis de cor, tintas, livros e muita música.
Quando criança queria ser ginasta. Assistíamos às Olimpíadas e eu ficava maravilhada com aquelas meninas dançando e saltando, as barras assimétricas, aqueles giros que formavam círculos imaginários, aqueles saltos incríveis contra a gravidade. Leveza, beleza e delicadeza misturada à força, concentração e determinação. Suor, sentidos. Todos.
Em meio a isso existiam os saraus onde minha mãe nos deliciava com Chopin, Rachmaninoff, Mozart, Zequinha de Abreu e outros tantos compositores. E onde eu seguia suas mãos dançando suavemente sobre as teclas. Ela tinha um jeito todo especial de me despertar para as belezas do mundo. Mostrava a lua e o círculo que se forma em volta dela e as estrelas que brilham muito mais na escuridão. Me chamava para ver o pôr do sol muito antes dele se pôr e ficávamos observando as mudanças de cor até bem depois do sol sumir no horizonte, até o céu passar por todos os tons de rosa laranja azul roxo cinza preto e se encher de estrelas ou luar. Mostrava o contraste do ipê-amarelo contra o azul do céu de outono e a beleza das nuvens chumbo que antecedem uma tempestade. Os cheiros de chuva, de asfalto molhado, de grama cortada, de cebola na panela… E também tentou me ensinar a fazer os degradês de cinza que compõe um retrato desenhado em preto e branco, todas as infinitas possibilidades de brancos, cinzas e pretos que ela fazia com perfeição.
Tudo isso e nunca pensei em ser bailarina. Muito menos fotógrafa. Até pisar pela primeira vez numa sala de balé aos 12 anos, carregada pela turma de amigas. Ali estavam a barra, o chão, os giros, os saltos, os músculos, o suor, a música, a beleza, a delicadeza… Tudo junto. Pronto, seria bailarina.
Das aulas de dança contemporânea ao jazz, sapateado, e claro, muitas e muitas aulas de balé, eu corria contra o tempo. Almejei me tornar bailarina clássica, mudei para São Paulo, trabalhei com Halina Biernacka por um curto período, desisti, voltei para o interior, fiz cursinho, entrei na faculdade querendo trabalhar com Dança-Terapia.
E quando vi, estava em São Paulo novamente, havia largado a faculdade e dançava profissionalmente numa companhia contemporânea que durou pouco, mas teve passagem meteórica pela cena paulistana, o Ballet Ópera Paulista, de onde saíram grandes nomes da dança na época. Fiz parte da cena alternativa de SP em plenos anos 80, onde tudo fervilhava.
Em 1989 entrei para o Balé da Cidade de São Paulo, onde permaneci até 2009. Ali realizei todos os meus sonhos como bailarina, trabalhei com coreógrafos nacionais e internacionais com estilos e visões diferentes da dança. Foi um período de entrega profunda, de realização, de crescimento, de descobertas e de aprendizados. Muito suor, algumas lágrimas, e muitas alegrias. E ali também me tornei mãe. Duas vezes.
E também foi ali que nasceu a fotógrafa. Por conta de uma lesão grave que me tirou de cena por alguns meses, comecei a fotografar os espetáculos que eu conhecia tão bem e a fotografia de cena me tomou completamente. Isso foi por volta do ano 2000, e minha primeira incursão na fotografia foi com uma câmera Sony emprestada por um amigo, chamada Mavica, cujo “cartão de memória” era um disquete onde cabiam de 3 a 4 imagens de 480 KB. E tinha um delay gigantesco. Eu ficava à espreita do salto, do gesto, do movimento. Me conectava com a câmera e seu tempo próprio e ao tempo dos bailarinos para tentar acertar o momento exato do clic. Repetia muitas vezes as imagens das mesmas coreografias até conseguir o resultado que eu queria. Foram tempos de muitas descobertas, de dominar as expectativas, de controlar a ansiedade, de aprender as conexões. De olhar atentamente e perceber outras nuances, outras cores, outros gestos, outras sombras e muitas outras luzes.
Outros olhares.
Só muito tempo depois percebi ali todos os ensinamentos de minha mãe. Observar, olhar, ver, sentir. Já madura, percebi que fui a união dos meus pais em tudo que fiz. E que ambas as profissões me escolheram, e não o inverso.
Em 2004 troquei definitivamente o palco pelos bastidores e passei a frequentar assiduamente coxias e plateias do Theatro Municipal de SP. Estranho estar do outro lado da cortina, embora meu coração permaneça no palco até hoje.
Tive a oportunidade de acompanhar vários processos criativos, desde a primeira reunião com coreógrafos até a estreia, ensaios, elaboração de figurinos, ensaios com orquestra e tudo que envolve uma nova montagem coreográfica. Esse acompanhamento processual é uma das áreas da fotografia de cena que mais aprecio e tenho o privilégio de ter acompanhado diversas companhias em suas criações.
Realizei várias exposições fotográficas no Theatro Municipal de SP, Sescs, Centro Cultural São Paulo, Galeria Olido, Teatro Sérgio Cardoso e outros locais, acompanhando as apresentações das Companhias parceiras.
Tenho fotos estampadas em jornais, revistas, encartes, programas oficiais de festivais nacionais e internacionais e livros de dança e de companhias oficiais, bem como livros didáticos.
De 2013 até 2020 ministrei oficinas de Olhar fotográfico para a Dança na Universidade Anhembi Morumbi, como convidada do Curso de Dança.
Desenvolvi uma série de oficinas nesse encontro de Dança e Fotografia, onde trabalho o olhar e o corpo, o olhar O corpo, o corpo que se move, a fotografia que se move com o corpo que dança. Essas oficinas já foram ministradas na Unicamp, no Centro de Referência da Dança, na Galeria Olido, para o Grupo Dançaberta em processo criativo e outros, em formatos tanto presenciais como virtuais.
Desenvolvi uma oficina chamada “Vamos fotografar? “ voltada para o público infantil, onde, através do celular, procuro desenvolver a capacidade de “ver” e a possibilidade de fotografar aquilo que vemos, inserindo alguns conceitos fotográficos de maneira lúdica e prazerosa.
Fotografei as duas ultimas edições do Dança em Pauta, o festival Dança à Deriva, a Virada Cultural de São Paulo no palco da Dança, a Mostra de Fomento à Dança, o Festival de Brincantes do Instituto Brincante e inúmeros eventos e encontros de artes da cena da cidade de São Paulo.
Junto com Guto Muniz, fotografei as duas últimas edições da MIT (Mostra Internacional de Teatro), em São Paulo.
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