A farsa conta a história do poeta popular Joaquim Simão e sua mulher, Nevinha. O rico Aderaldo, apaixonado por Nevinha, tenta conquistá-la com a ajuda da diaba Andreza. Clarabela, mulher de Aderaldo, está por sua vez apaixonada por Simão, que acaba cedendo à tentação e inicia um caso com ela.

Sobre a obra de Suassuna estão séculos e séculos de experiências culturais que remontam a Aristófanes e Plauto, passam pela Idade Média e pelo Renascimento e se aconchegam no solo quente e fértil do sertão nordestino. Tão arcaico e tão moderno. Ali se ouvem os ecos de mil culturas. O som do latim vulgar é mastigado com a musicalidade própria do árabe peninsular. Como transformar em teatro um texto tão poético, tão musical, tão sagrado e profano, tão pernambucano… como colocá-lo do nosso jeito? Como casar nossa mineiridade urbana com um texto cujas vozes são tão ancestrais?

(texto retirado do programa do espetáculo)