Trilhas da Cena

CON-TEMP[L]O

Raquel Pires e convidados (MG)

Estreia: 2011

Atualizada em 06/11/2023

Livremente inspirado no poema O Homem que Contempla de Rainer Maria Rilke, este trabalho investiga o que entendemos por intervenção urbana ao criar uma relação com o nosso entorno através de um estado de atenção, de escuta e de presença extraordinárias. Imagens, relações, sons e gestos serão construídos a medida que um indivíduo, acompanhado de sua vasta imaginação, atravessa um longo trecho da cidade.

Galeria

Fotos realizadas nos dias 05 e 06/07 de 2011, na Avenida Afonso Pena entre Praça da Bandeira e Praça Milton Campos, dentro da programação do Horizontes Urbanos – Mostra Internacional de Dança em Espaço Urbano, em Belo Horizonte.

Equipe

Proponente/concepção: RAQUEL PIRES

 

Bailarinos convidados/performers – 1º Dia:
ANAMARIA FERNANDES, FERNANDA COFFERS, GABRIELA
CHRISTÓFARO, LOURENÇO MARQUES, RAQUEL PIRES,
SÉRGIO PENNA E TUCA PINHEIRO.

 

Bailarinos convidados/performers – 2º Dia:
ANDREA ANHAIA, FÁBIO DORNAS, FERNANDA COFFERS, GABRIELA
CHRISTÓFARO, RAQUEL PIRES, SÉRGIO PENNA E TUCA PINHEIRO.

 

Fotos: GUTO MUNIZ

O Homem que Contempla

(Rainer Maria Rilke)

 

Vejo que as tempestades vêm aí
pelas árvores que, à medida que
os dias se tornam mornos,
batem assustadas nas minhas janelas
e ouço as distâncias dizerem coisas
que não sei suportar sem um amigo,
que não posso amar sem uma irmã.

 

E a tempestade rodopia, e transforma tudo,
atravessa a floresta e o tempo
e tudo parece sem idade:
a paisagem, como um verso do saltério,
é pujança, ardor, eternidade.

 

Que pequeno é aquilo contra que lutamos,
como é imenso, o que contra nós luta;
se nos deixássemos, como fazem as coisas,
assaltar assim pela grande tempestade, —
chegaríamos longe e seríamos anônimos.

 

Triunfamos sobre o que é Pequeno
e o próprio êxito torna-nos pequenos.
Nem o Eterno nem o Extraordinário
serão derrotados por nós.

 

Este é o anjo que aparecia
aos lutadores do Antigo Testamento:
quando os nervos dos seus adversários
na luta ficavam tensos e como metal,
lhes sentia debaixo dos seus dedos
como cordas tocando profundas melodias.

 

Aquele que venceu este anjo
que tantas vezes renunciou à luta.
esse caminha ereto, justificado,
e sai grande daquela dura mão
que, como se o esculpisse,
se estreitou à sua volta.
Os triunfos já não o tentam.
O seu crescimento é:
ser o profundamente vencido
por algo cada vez maior.

 

Rainer Maria Rilke (1875-1926), poeta alemão, in “O Livro das Imagens”.

Tradução de Maria João Costa Pereira

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