O CAMINHO PARA MECA
de : Athold Fugard
Direção: Yara Novaes
Estreia: 2008
Atualizada em 25/09/2024
Helen Martins, uma escultora de formas intrigantes, que começou a criar depois dos 50 anos e após a morte do marido, foi até então, ou pelo menos tentou viver como tal, uma afrikaner. Seguindo os preceitos religiosos, obediente ao marido, mas insatisfeita com a sua condição, rompe, pelo menos em parte, com esse mundo, ao confinar-se em sua casa produzindo obra escultória, afastando-se dos cultos da igreja, entregando-se à compulsão criadora. Vivendo na África do Sul profunda, apartada do vilarejo que tolera sua excentricidade com pedradas e abandono, Helen se vê diante da velhice e da solidão, perdendo a capacidade de reinventar-se com sua arte e manter a sua integridade existencial.
Nesta figura real (viveu de 1897 a 1976, ano em que se suicidou), o autor sintetiza a noite em que toda essa diversidade de sentimentos explode. É quando Helen recebe a visita de uma jovem amiga e do pastor local, que vem em busca da sua assinatura para interná-la em um asilo. A decisão, ainda que pareça ser o plot central da peça, serve de pretexto para que se contraponham as contradições de um regime e se pondere sobre a liberdade da criação e o declínio das possibilidades de continuar. Não são poucos os temas que Fugard concentra em Helen nos diálogos intensos e nervosos, mas nem sempre consegue evitar os muitos volteios que dá em torno de uma mesma situação, tornando-se recorrente, em especial, a partir da entrada do pastor. A cena final é por demais explicativa e acentua os desequilíbrios da narrativa.
Ficha Técnica
Direção: Yara de Novaes
Texto: Athol Fugard
Elenco: Cleyde Yáconis, Lúcia Romano e Cacá Amaral
Cenário: André Cortez
Figurinos e Visagismo: Fábio Namatame
Iluminação: Telma Fernandes
Trilha Sonora: Morris Picciotto
Fotos: João Caldas
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