Trilhas da Cena

ZONA FRANCA

Cia Suave / Alice Ripoll (RJ)

Duração: 70 min

Estreia: 2023

Atualizada em 23/08/2024

Foto: Renato Mangolin

Um grupo de dança, que é mais do que a soma dos seus membros, caminha em um Brasil que renasce das cinzas.

 

Observamos nossas diversas mortes e vidas no decorrer de uma vida, como a cobra deixando para trás a pele morta, e levamos para a cena questionamentos sobre as encruzilhadas. Como se dão as lutas dentro nós, entre as forças que nos compõe? Seria uma nação capaz de escolher caminhar para a destruição?

 

Seguimos com a pesquisa do grupo, iniciada nos espetáculos anteriores Suave e Cria, sobre a relação das danças urbanas e populares do Brasil com uma encenação contemporânea, onde nos perguntamos que vozes falam essas danças e o que podemos expressar através delas. Além do Passinho, esta criação apresenta elementos de dança contato, teatro, pesquisas vocais, danças Afro, Afrohouse, Sabala, Tiktok, e danças do norte e nordeste do Brasil, como Pisadinha e Brega Funk.

A coreógrafa brasileira Alice Ripoll tem criado uma “zona franca” para a dança, um espaço de liberdades e questionamentos estéticos, sociais e políticos. 

 

ZONA FRANCA é precisamente o nome do seu mais recente espetáculo, que veio apresentar no Centquatre, em Paris, com a companhia Suave, no âmbito do Festival de Outono. O espetáculo mostra o fervor criativo de bailarinos oriundos das favelas do Rio de Janeiro e espelham as aspirações da juventude num Brasil de desigualdades.

 

Em ZONA FRANCA, as danças urbanas e populares do país cruzam-se com a dança contemporânea, mas há também teatro e canto. Vários intérpretes em palco entregam-se a uma festa com balões e confetes, um ritual que é uma caixa aberta de ritmos e emoções. Mais uma vez, este é um espetáculo polissémico, feito de camadas e significados, a começar pelo título.

 

A ‘Zona Franca’, ‘Free Zone’ ou ‘Zone Franche’ tem que ter uma busca pela liberdade, em que as regras estão menos rígidas, em que a gente pode dar mais espaço para os sons, para as livres associações, com mais liberdade de escolha. Eu busco, com os intérpretes, que eles aumentem a liberdade de serem mais coisas: de serem dançarinos, mas também actores, para ampliar a sua liberdade de expressão”, descreveu Alice Ripoll à RFI no final de uma das representações no Centquatre.

 

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Trajetória do espetáculo

Zona Franca
20 e 21 de outubro
Brussels (Be)
Charleroi Danse/La Raffinerie

 

Zona Franca
28 e 29 de outubro
Dusseldorf (De)
Tanzhaus NRW

 

Zona Franca
2 a 4 de novembro
London (GB)
Southbank Centre

 

Zona Franca
9 a 11 de novembro
Paris (FR)
Festival d’Automne à Paris/CENTQUATRE-PARIS

Zona Franca
8 a 18 de junho
Rio de janeiro (BR)
Teatro da Caixa Nelson Rodrigues

 

Zona Franca
6 a 8 de julho
Marseille – (FR)
Festival de Marseille

 

Zona Franca
28 a 30 de setembro
Dublin (IR)
Dublin Theatre Festival

 

Zona Franca
14 de outubro
Douai (FR)
TANDEM scène national Arras-Douai

Direção
Alice Ripoll

 

Interpretação
Tiobil Dançarino Brabo, VN Dançarino Brabo, Maylla Eassy, Romulo Galvão, Thamires Candida,

Thamires Costa, GB Dançarino Brabo, Hiltinho Fantástico, Katiany Correia, Peterson Sidy

 

Assistência de direção
Alan Ferreira / Thais Peixoto

 

Direção de produção  Natasha Corbelino | Corbelino Cultural

Produção  Milena monteiro / Thais Peixoto

Luz / Criação  Tomas Ribas / Diana Joels

Técnica de Luz  Tainã Miranda

Cenário  Alice Ripoll / Thais Peixoto / Rafael Elias

Figurino  Rafael Elias 

Figurinista assistente e Costureiro  Gah – Gabriel Alves

 

Trilha sonora  Alice Ripoll / Alan Ferreira / DJ Seduty

Tecnico de som e Ensaiador  Renato Linhares

Fotos e vídeo  Renato Mangolin

Design gráfico  Caick Carvalho

Comunicação  Ana Righi

Assessoria de Imprensa  Marrom Glacê Assessoria

Professores de dança  Tony Ewerton e Laura Samy

Participaram no processo de criação  Mey Barreto

 

Difusão Internacional

ART HAPPENS

 

Coprodução

Festival de Marceille
Festival d’ Automne à Paris
Charleroi Dance
RomaEuropa
Tandem 
Tanzhaus NRW
Teatro Municipal do Porto
Julidans
Les Mécènes DanceAujourdhui

Crítica ZONA FRANCA
Sobre a companhia
 
 

Suave” é afirmação da fé profana, da insistência, do amor. O material de trabalho principal do grupo é aquela coisa que sempre esquecemos: estar vivo, ou a felicidade, derivam única e simplesmente da qualidade das relações humanas, dos encontros. Não tem horário, valor, cenário. Como já disse Clarice Lispector “não existem lugares, existem pessoas”. Todas as vezes em que viajamos, foram eles que fizeram o país existir. A qualidade desse encontro é  um tesouro. Meu trabalho aqui é farejar como um cão: onde há mais vida, onde é mais intenso, com dor ou não: é por alí que vamos. Assim surge o que apresentamos para vocês.

 

O grupo teve início em 2014 com a criação do espetáculo “Suave”, dirigido pela coreógrafa Alice Ripoll a convite da Associação Cultural Panorama com o projeto Entrando na Dança, em que jovens de regiões periféricas do Rio de Janeiro foram selecionados para trabalhar com coreógrafos atuantes na dança contemporânea.

 

Tendo como inspiração o passinho, novo estilo de dança urbana oriundo do funk carioca, o espetáculo Suave se destacou por sua energia única, a qualidade dos seus performers e o refinamento da estrutura criada pela coreógrafa.

O segundo espetáculo do grupo, “Cria” nasceu em 2017  inspirado na dancinha, estilo de dança derivado do passinho, e explora uma mistura de afeto e sensualidade através do entrelaçamento do funk com a dança contemporânea, e de uma potente pesquisa sonora.

 

A Cia. já circulou por diversos festivais e teatros como HAU – Hebbel Am Ufe, Tanzhaus NRW, Mousonturm, HELLERAU, CND – Centre National de la Danse, Festival de la Cité Lausanne, Hamburg Summer Festival, Zurich Theater Spektakel e Noorderzon Performing Arts Festival.

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